Prefeitura do RJ apresenta novo modelo de licitação do sistema de ônibus da cidade

A nova licitação, originalmente prevista para 2028, vai ocorrer em quatro fases e começar pela zona oeste; a ação faz parte do acordo judicial firmado entre prefeitura, ministério público estadual e os quatro consórcios responsáveis pela operação das linhas de ônibus no município

Redação

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o vice-prefeito Eduardo Cavaliere e a secretária municipal de transportes, Maína Celidonio, apresentaram, nesta quarta-feira (28/05), detalhes sobre a antecipação da nova licitação do sistema de ônibus da cidade, originalmente prevista para 2028.

A licitação vai ocorrer em quatro fases e começar pela zona oeste. Cada fase prevê uma etapa de transição, na qual os operadores atuais perdem a exclusividade, e, ao final, assume um novo operador. A ação faz parte do acordo judicial firmado em 30 de abril entre a prefeitura, o ministério público estadual e os quatro consórcios responsáveis pela operação das linhas de ônibus no município.

A primeira fase vai até abril de 2026, abrangendo as linhas de Campo Grande e Santa Cruz, na zona oeste. Em Campo Grande, o número de ônibus que ligam o bairro com as demais regiões da cidade passará de 95 para cerca de 180. Já os ônibus que fazem a ligação local entre os bairros da região terão aumento de 37 para cerca de 200 ônibus. Em Santa Cruz, a frota que realiza os trajetos locais vai aumentar de 67 para cerca de 330 ônibus. As fases seguintes serão organizadas por regiões, priorizando as áreas com o pior desempenho operacional.

Cronograma

Fase 1: até abril/2026 (Campo Grande e Santa Cruz)

Fase 2: novembro/2025 a setembro/2026 (zona oeste, Vila Isabel e Ilha do Governador)

Fase 3: abril/2026 a abril/2027 (zona oeste, Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Zona Norte)

Fase 4: novembro/2026 a novembro/2027 (zona oeste, Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Zona Norte)

Fase final: setembro/2027 a agosto/2028 (zona sul e linhas das demais regiões com bom índice de avaliação do serviço)

Atualmente, a cidade é atendida por quatro consórcios: Intersul, Internorte, Transcarioca e Santa Cruz. O novo modelo prevê a divisão da cidade em 31 lotes — 22 estruturais e nove locais. Os lotes estruturais atenderão diferentes regiões da cidade, enquanto os lotes locais serão focados em deslocamentos dentro de bairros ou entre bairros vizinhos. A nova configuração busca ampliar a cobertura e tornar a gestão das linhas mais eficiente.

Índice de Qualidade do Transporte (IQT)

A qualidade da operação será medida trimestralmente por meio do Índice de Qualidade do Transporte (IQT). O indicador leva em consideração dados como infrações disciplinares, atendimento, satisfação dos passageiros, idade média da frota, presença de ar-condicionado, regularidade das viagens e operação sem penalidades. Linhas operadas por empresas com IQT inferior a 0,8 perderão o direito de exclusividade, podendo ser transferidas para novos operadores ou geridas diretamente pela prefeitura.

Novos ônibus

A prefeitura estabeleceu novos parâmetros para a frota. Todos os ônibus deverão ser novos, equipados com ar-condicionado, piso baixo, rampa de acessibilidade, tecnologia sustentável e três portas — uma para embarque frontal e duas para desembarque, no meio e na traseira. Esses veículos passarão a ser considerados bens públicos ao final dos contratos.

Os valores referentes às glosas de subsídio, que somam mais de R$ 100 milhões, serão destinados à compra de novos ônibus que já seguem essas especificações definidas. Esses veículos irão reforçar a frota atual e permanecerão no sistema após o encerramento das concessões.

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