Tendências mundiais em bilhetagem eletrônica e meios de pagamento

Reduzir a circulação de dinheiro nos ônibus, cartões sem contato e arquitetura de tecnologia aberta são os principais movimentos no mercado atual

Marcia Pinna

A HID, empresa com a atuação global em soluções de identificação biométrica que fornece hardware para transporte coletivo, divulgou um relatório internacional sobre bilhetagem eletrônica e meios de pagamento. Foram ouvidos 102 players entre provedores de tecnologia, agências públicas e privadas e operadores de diferentes países, provenientes da América Latina (incluindo o Brasil), América do Norte, África, Ásia e Europa.

O documento traz informações detalhadas sobre as tendências mundiais nesta área. A retirada total de dinheiro em circulação nos ônibus é uma meta comum em todos os continentes. Já a busca por soluções cada vez mais amigáveis para operadores e usuários, sendo que 66% dos entrevistados consideram isso a característica mais relevante para o hardware para bilhetagem eletrônica.

Um tema fundamental, que também tem sido debatido no Brasil, é a noção de soluções baseadas em arquitetura aberta. O sistema de monitoramento e gestão operacional de São Paulo, por exemplo, que está em desenvolvimento, segue essa linha de dados abertos. O relatório mostra que 38% das agências de transporte coletivo priorizam a adoção de hardware não proprietário para proteger seus sistemas no futuro e reduzir custos de longo prazo.

Segundo Fernando Herkenhoff, diretor de vendas para América em transporte público da HID, um dado que chama atenção na pesquisa é que o uso de tecnologias proprietárias (ou não abertas) é apontado como um dos maiores desafios pelos participantes, ao lado, inclusive, das restrições orçamentárias. “As soluções fechadas dificultam a integração com os sistemas mais antigos, o que é uma dificuldade para a maioria dos players”, informou.

O diretor da HID destaca também que a arquitetura aberta torna as cidades mais independentes dos provedores, tanto para agregar novas funcionalidades ao sistema como até para trocar fornecedores. Herkenhoff conta que nos Estados Unidos, há cerca de três ou quatro anos, havia grande resistência dos integradores de bilhetagem eletrônica em adotar a arquitetura aberta, mas hoje, ela já domina o mercado.

Fernando Herkenhoff, da HID

Outra tendência mundial é a de cartões sem contato ou pagamento via celular.  Na América Latina, o uso de celulares está equiparado aos de validadores tradicionais, diferentemente dos Estados Unidos, onde os validadores ainda dominam (87%). A Europa lidera a adoção de ticketing móvel, com 86% de suas agências usando soluções baseadas em aplicativos, em comparação com 58% globalmente.

Enquanto isso, os sistemas EMV de circuito aberto estão aumentando em popularidade, sendo usados atualmente ​​por mais de um terço das agências em todo o mundo. A tecnologia de tarja magnética está sendo rapidamente eliminada, sinalizando uma transição mais ampla para sistemas modernos. Herkenhoff ressalta que o uso de cartões bancários sem contato traz mais segurança à operação.

Outra tendência é utilizar os sistemas de bilhetagem para coletar dados detalhados de passageiros para informar a tomada de decisões estratégicas por parte dos operadores. “Essas informações são importantes para o planejamento e otimização das frotas. Saber onde o passageiro embarca, em que ponto desembarca e quanto tempo permanece no ônibus, por exemplo, são extremamente úteis”, comenta o diretor da HID.

Os dados da pesquisa nos mostram que, em termos de bilhetagem eletrônica e meios de pagamento, o Brasil e a parte da América Latina estão em sintonia com as tendências mundiais. “São países que tiveram de lidar com as fraudes e outros problemas de arrecadação, o que levou a um desenvolvimento significativo dos sistemas.”

Expansão-

A HID tem sede nos Estados Unidos e está ampliando sua presença na América Latina. “Atualmente estamos presentes no México, e estamos em negociações em outros dois países. O Brasil é um mercado muito expressivo, até pelo seu tamanho, e estamos sempre buscando expandir nossas operações”, diz o executivo.

Herkenhoff destaca que os produtos da HID estão preparados para o futuro, sendo baseados em arquitetura aberta. A pesquisa mostra que, para estar em consonância com as últimas tendências em bilhetagem e meios de pagamento para o transporte coletivo, o hardware precisa se adaptar as exigências locais e ter durabilidade, ou seja, poder receber novas tecnologias e soluções.

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