O incentivo ao turismo, o lançamento do PAC 3 e o edital do programa Caminho da Escola, devem impulsionar a comercialização de ônibus em 2024, acredita o diretor do do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre), Ruben Bisi.
Bisi explica que a produção de ônibus está se recuperando dos dois anos da pandemia, período em que a produção foi muito afetada. “Houve um envelhecimento da frota, aumentando a idade média. Esperamos que com os programas de incentivo do governo, a baixa nas taxas de juros e o relançamento do programa de renovação veicular, incentivo à descarbonização, o setor possa ter uma trilha de crescimento sustentável para os próximos anos.”
A expectativa do mercado é que a produção de ônibus deverá crescer 3,6% em relação ao ano de 2022, totalizando 19.839 unidades. O crescimento no mercado interno deverá ser de 11%, com destaque para o crescimento dos urbanos em mais de 35%. A produção de rodoviários vem em segundo lugar com crescimento de mais de 16%, e um decréscimo no mercado de micro-ônibus de mais de 20%, em função da queda na produção dos ônibus do programa Caminho da Escola.
Para o ano de 2024, afirma Bisi, a expectativa é que a produção de ônibus urbanos possa crescer em mais de 13% e o mercado de rodoviários em mais de 5%, em função da reativação do turismo e o aumento dos passageiros no transporte de média e longa distancia.
O escolar deverá apresentar um crescimento muito expressivo em função do novo pregão do programa Caminho da Escola, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). “A expectativa é que possamos fabricar mais de 3.900 unidades com crescimento maior do que 15%”, projeta.
Apesar das boas perspectivas, Bisi ressalta que o crédito ainda é um problema, “pois as taxas de juros estão muito altas para financiamento de ônibus e não temos novas linhas de financiamento para a substituição de frotas. Temos a expectativa de novos financiamentos para a descarbonização através dos programas do BNDES.”
Mesmo assim o cenário é de otimismo. “Acreditamos que possamos crescer a produção total para o mercado interno e externo em torno de 12%”, afirma.