Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing ônibus da Mercedes-Benz do Brasil: “O mercado de ônibus está bastante promissor e continuará forte até o fim do ano. Por isso, estou confiante de que 2023 termine com 21 mil veículos emplacados”

Segundo o diretor da Mercedes-Benz, há necessidade grande de renovação de frota de ônibus urbanos, rodoviários e micro-ônibus e há muitos modelos Euro 6 vendidos que ainda não foram emplacados

Por Sonia Moraes

Technibus – Qual a sua expectativa para o mercado de ônibus?

Walter Barbosa O mercado de ônibus está bastante promissor e continuará forte até o fim do ano. Por isso, estou confiante de que 2023 termine com 21 mil veículos emplacados, 22% a mais do que no ano passado.

Technibus – Quantos ônibus foram emplacados de janeiro a agosto de 2023?

Walter Barbosa Nos oitos meses deste ano foram emplacados 14.155 veículos, aumento de 38% em relação ao mesmo período de 2022 e foi impulsionado basicamente pelos 10 mil modelos Euro 5 que foram vendidos no ano passado e a diferença disso, 4.155 unidades, são modelos Euro 6 vendidos neste ano.

Technibus – A que o senhor atribui o aumento esperado para o mercado de ônibus neste ano?

Walter Barbosa Está sendo um ano muito interessante para a nossa indústria porque nos últimos três anos foram difíceis – em 2020 e 2021 teve a pandemia e em 2022 a crise dos componentes, que foi o tempo em que a indústria e a cadeia de fornecedores levaram para se adequar ao retorno, e tudo ficou represado. Agora existe a necessidade grande de renovação de frota de ônibus urbanos, rodoviários e micro-ônibus e há muitos modelos Euro 6 vendidos que ainda não foram emplacados.

Technibus – O ano de 2023 será o melhor ano para o mercado de ônibus?

Walter Barbosa Se chegar a 21 mil veículos ultrapassa o melhor resultado dos últimos cinco anos, que foi em 2019, quando o mercado fechou com 20.741 ônibus emplacados. Em 2020 o mercado caiu para 13.000 unidades, em 2021 manteve as 13.900 e em 2022 subiu para 17.200 unidades.

Technibus – Com a mudança de tecnologia, é normal o mercado ser menor no ano seguinte?

Walter Barbosa Sim. Foi o que ocorreu com a mudança de Euro 3 para Euro 5, com recorde de vendas em 2011 e queda é 2012 por causa de compras antecipadas. Em 2022 o mercado fechou com 17 mil unidades e em 2023 era para ser um ano menor, com vendas de 14 mil a 15 mil unidades, mas está maior.

Technibus – Todos os segmentos de ônibus cresceram até agosto deste ano?

Walter Barbosa Sim. O segmento de urbanos praticamente dobrou o volume com 95% de alta, o escolar cresceu 67%, micro-ônibus 39%, rodoviário 17% e o fretamento 9%.

Technibus – Como foi o segmento de rodoviários e quanto a Mercedes-Benz tem de participação?

Walter Barbosa O segmento de rodoviário não teve grande crescimento – emplacou 720 ônibus de janeiro a agosto – porque houve atraso na homologação dos ônibus com a carroceria e não tinha veículo para atender a procura. Mas a demanda existe e com o grande volume de rodoviário que está por vir nos próximos meses, até dezembro esse crescimento vai ser muito maior que os 17%. A Mercedes-Benz é líder neste segmento, com 61,9% de participação.

Technibus – Como fechou o segmento de modelos escolares?

Walter Barbosa O segmento de escolar teve 2.885 ônibus emplacados nos oito meses de 2023, aumento de 67% sobre os 1.727 veículos vendidos no mesmo período de 2022.

Technibus – E o mercado de micro-ônibus e fretamento?

Walter Barbosa O segmento de micro-ônibus teve crescimento de 39%, com 1.672 veículos comercializados, (no mesmo período de 2022 foram 1.204 unidades) e o de fretamento cresceu 9%, de 506 para 554 unidades.

Technibus – O mercado de urbanos foi melhor neste ano?

Walter Barbosa O segmento de urbanos emplacou 3.596 veículos até agosto com crescimento de 95%, e neste mercado a Mercedes-Benz tem 73% de participação, com 2.625 veículos comercializados no país. Os grandes municípios, como Recife, Fortaleza, Rio de Janeiro, Vitória, Porto Alegre, Brasília e região metropolitana de Belo Horizonte e de São Paulo fizeram renovação de frota este ano. A cidade de São Paulo é a que mais surpreendeu porque normalmente tem o maior volume de compras de ônibus com mais de 1.000 unidades e, como não podia comprar ônibus a diesel, somente elétrico, e não acontecia nenhuma coisa e nem outra, o volume acabou sendo muito baixo.

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