Leandro Sodré, gerente geral de Locação de Ônibus do Grupo Vamos: “Acredito que a locação de ônibus especificamente vai ter uma expansão gradual, como está acontecendo com outros segmentos como o de caminhões. Estamos formulando um novo modelo de negócios”

A divisão já tem 500 veículos locados e, em 2023, a expectativa é locar mais 500. Os contratos são de longo prazo, geralmente a partir de 48 meses, e são voltados para todos os segmentos do setor

Technibus – Como funciona a divisão de locação de ônibus do Grupo Vamos?

Leandro Sodré – A Vamos oferece ônibus de todos os tipos de aplicação para locação. Os contratos são de longo prazo, geralmente a partir de 48 meses, e não há limite para o número de ativos. Nosso diferencial é que oferecemos veículos zero quilômetro para pronta-entrega. É uma vantagem, pois a indústria trabalha com prazos maiores para produzir e entregar o ônibus ao cliente. Desde dezembro de 2022, estamos criando uma estrutura dedicada para atender essa área. O foco da divisão é locação para operadores de qualquer segmento: urbano, rodoviário, turismo e fretamento. A Vamos tem cinco divisões de negócios com profissionais especialistas dedicados: pesados (caminhões e implementos), agronegócio (máquinas e equipamentos), intralogística (empilhadeiras), linha amarela (construção), e agora a de ônibus, que está sendo estruturada para funcionar como as demais. Nossa tarefa aqui é conectar o negócio de locação com o mercado de ônibus e suas especificidades.

Technibus – Qual a frota atual?

Leandro Sodré – Hoje temos uma frota de 500 veículos zero quilômetro já locados, sendo 20% de micro-ônibus e vans, 20% de ônibus rodoviário, 50% de urbanos e 10% de fretamento. Muitos clientes têm se interessado por veículos Euro 5, para postergar as compras dos modelos Euro 6, que são mais caros. Ainda temos poucos veículos urbanos e uma boa quantidade de rodoviários fabricados em 2022 no estoque. Em 2023, teremos mais 500 veículos locados. Mas podemos atender os clientes em projetos dedicados, como modelos articulados, por exemplo.

Technibus – A frota inclui modelos elétricos ou movidos a outras energias limpas?

Leandro Sodré – Iniciamos a estruturação de projetos dedicados para modelos elétricos, já que nosso modelo de negócios propõe a criação de soluções personalizadas de acordo com as necessidades dos clientes. O segmento é bastante interessante. Temos mantido conversas com os principais players do setor de infraestrutura de energia para formar alianças comerciais. A ideia é fornecer os veículos elétricos e contribuir para o desenvolvimento da infraestrutura de recarga, sempre em conjunto com essas empresas.

Technibus – Qual o perfil dos principais clientes da divisão de locação de ônibus da Vamos?

Leandro Sodré – Há muito interesse das operadoras de transporte urbano, mas atendemos todos os segmentos, com uma carteira de clientes diversificada. Temos clientes referenciais de urbano na grande São Paulo, fretamento em Minas Gerias e empresas interestaduais no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A tendência é ampliar esse leque de clientes, pois a locação de ônibus traz muitos benefícios às operadoras de transporte, inclusive do ponto de vista fiscal e contábil, o que influencia positivamente sua gestão financeira. Então, é uma opção para qualquer momento das empresas. Muitas delas têm carência de recursos para aportar em áreas estratégicas, como inovações tecnológicas e mão de obra, e com a locação, as empresas podem alocar melhor seus investimentos. Sem dúvida, a frota é o que mais consome recursos.

Technibus – Como está o mercado de locação de ônibus? Quais as perspectivas para os próximos meses?

Leandro Sodré – No Brasil, apenas 1% da frota de pesados é locada. Na América do Norte e Europa, chega a uma faixa entre 15% e 20%. Ou seja, o mercado brasileiro de locação tem muito campo de crescimento. Acredito que a locação de ônibus especificamente vai ter uma expansão gradual, como está acontecendo com outros segmentos como o de caminhões. Estamos formulando um novo modelo de negócios. O cliente que atua no transporte urbano já começa a enxergar o ônibus como uma ferramenta de prestação de serviços e isso abre espaço para a locação, que é uma solução para facilitar a renovação e expansão da frota. 

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