Presença das mulheres avança no transporte rodoviário de passageiros

De acordo com a Abrati, atualmente o setor regular de transporte de passageiros conta com cerca de 2,2 milhões de profissionais, sendo 17% do sexo feminino

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), as mulheres estão conquistando cada vez mais espaço no setor regular de transporte rodoviário de passageiros, no qual a presença masculina predominou por muitas décadas. Para Letícia Pineschi, conselheira e porta-voz da entidade, é possível notar hoje as vantagens de uma estratégia de diversidade consistente e que busca dar oportunidades para as mulheres em diferentes setores.

“Hoje, com orgulho, já podemos observar motoristas, mecânicas, auxiliares, gerentes e diretoras atuantes e relevantes para elevar o potencial do setor, pois um ambiente diverso e inclusivo contribui para ideias mais democráticas e criativas”, destaca. Atualmente, informa a Abrati, o setor regular de transporte de passageiros conta com cerca de 2,2 milhões de profissionais, sendo 17% do sexo feminino. A maior parte das mulheres possui entre 30 e 39 anos e ensino médio completo.

Na avaliação da associação, o número vai ao encontro do último relatório da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), divulgado pelo ministério do trabalho, que afirma que a ocupação de cargos de gerência e de diretoria no setor formal por mulheres entre 30 e 49 anos aumentou de 32,3% e 31,9%, respectivamente, para 39,2% e 42,4%.

A associação também se alinha aos dados da pesquisa mais recente realizada pelo International Business Report da Grant Thornton, que apontou que 34% dos cargos de diretoria executiva são ocupados por pessoas do sexo feminino no Brasil, 5% acima da média global. “Cresceu inclusive em entidades como a nossa, onde mulheres raramente tinham espaço à mesa. Hoje, importantes órgãos ligados ao transporte são dirigidos por mulheres”, afirma Letícia Pineschi.

A Abrati ressalta que há mais duas décadas quando palavras como empoderamento, inclusão e diversidade não traziam o significado social hoje conferidos, a entidade elegeu uma vice-presidente para o seu conselho: Sandra Oger Garcia, que na época era também a presidente da empresa que sua família fundou, a Expresso Itamarati. “Sandra foi pioneira na presença feminina no setor, em especial em entidades, e certamente abriu caminhos”, conta a porta-voz da Abrati.

Para mostrar a mensagem que a associação desejava passar naquele momento, a capa de sua revista do mês de junho do ano de 1999 trazia o presidente Oscar Conte e a vice Sandra Oger Garcia num enquadramento que demonstrava exatamente o recado que desejava passar, com o simbolismo daquele período.

Para o futuro, a Abrati espera um crescimento ainda mais relevante da participação das mulheres no dia a dia das organizações. “Empresas com mulheres na gestão trazem benefícios para o clima e performance. E aqueles que apoiam a cultura da inclusão e a diversidade só têm a ganhar com equipes diversas, criativas e inovadoras”, diz Letícia Pineschi.

Veja também