Paulo Alencar Porto Lima, diretor executivo da Expresso Guanabara: “Estamos trabalhando em constante inovação, na busca de soluções que facilitem acesso dos consumidores aos nossos serviços e práticas que reduzam custos para sermos cada vez mais competitivos”

“O ano de 2021 foi um ano de ajuste e investimento em gestão interna. Em 2022, voltamos a investir fortemente em tecnologia e renovação de frota”, avalia o executivo

Technibus – Como a Expresso Guanabara conseguiu atravessar a crise causada pela pandemia e registrar resultados favoráveis?

Paulo Alencar Porto Lima – Uma equipe unida, que aprendeu ao longo de 30 anos a lidar com todo tipo de adversidade, inclusive as repentinas, como a da pandemia. Todos aceitaram os desafios do sacrifício necessário naquele momento, empreenderam esforços e dedicação na retomada da demanda, mantendo nossa qualidade e diferenciação na prestação dos nossos serviços. Nas crises e nas dificuldades, normalmente, somos forçados a enxergar um pouco mais, a descartar práticas e custos desnecessários. A austeridade e a eficiência são os maiores aliados nesses momentos, e no ambiente desafiador aparecem as inovações. Otimizamos alguns processos, focamos no atendimento remoto, posso citar como exemplo o aperfeiçoamento de um canal de vendas remoto, porém humanizado, uma ferramenta que colocamos à disposição de nossos parceiros agentes comissionados, uma solução oferecida aos que estavam com sua performance prejudicada pelo fechamento de suas lojas e agências rodoviárias no momento crítico do lockdown. Este é um bom exemplo de processo que ajudou a manter o crescimento da receita e ainda permitiu a geração de renda a um parceiro em dificuldade, fidelizando a parceria, o que foi um diferencial frente à concorrência desleal do transporte clandestino, inclusive.

Technibus – Em que medida a situação político-econômica afeta o setor?

Paulo Alencar Porto Lima – Afeta em todos os sentidos. Principalmente a pandemia levou a uma desorganização da cadeia produtiva da indústria, causando enorme falta de produtos. A inflação se apresentou com consequência da falta de produtos e insumos fundamentais, cenário que foi agravado pela guerra da Rússia e Ucrânia. Pouquíssimas empresas conseguiram repor suas frotas ou seu capital. Somada a isso, o ano eleitoral, que causa certa ansiedade. e a polarização política que piorou tudo. Por tratar-se de um setor regulado, prestador de serviços públicos, somos diretamente afetados pelo humor desse ambiente, mas entendo que ainda assim nos muito saímos bem, parte resultado do trabalho institucional de nossa associação, a Abrati, parte porque fomos reconhecidamente um setor parceiro da sociedade, nos apresentamos quando solicitados, nos adaptamos aos protocolos de higiene antes mesmo de serem normatizados, lideramos campanhas de arrecadação de alimentos, contribuímos no amparo às comunidades mais fragilizadas, entre várias ações que posso citar.

Technibus- Como enfrentar esses desafios?

Paulo Alencar Porto Lima – Estamos trabalhando em constante inovação, na busca de soluções que facilitem acesso dos consumidores aos nossos serviços e de práticas que reduzam custos para sermos cada vez mais competitivos. Em vista disso, buscamos a formação e qualificação de profissionais do segmento em áreas de business inteligence para decisões mais assertivas, planejamento e pricing e claro, condutores que sejam diferenciados tanto na perícia ao volante, quanto no atendimento de excelência aos clientes. O aumento do custo do modal aéreo proporcionou uma boa migração desse modal para o rodoviário de passageiros, que se surpreendeu e satisfez com a qualidade do serviço encontrada. A pandemia está controlada e o desejo do lazer para o fim de ano foi enorme. Temos qualidade, tecnologia e capilaridade incomparáveis, num sistema regular extremamente eficiente e elogiado pelo consumidor. O ano de 2021 foi um ano de ajuste e investimento em gestão interna. Em 2022, voltamos a investir fortemente em tecnologia e renovação de frota. Projetamos e já realizamos parte de um investimento acima de 130 milhões em renovação de frota e inovações tecnológicas em nossos sistemas de vendas e relacionamentos comercial.

Technibus – Quais são hoje as principais dificuldades do setor?

Paulo Alencar Porto Lima – Acreditamos que teremos um novo marco regulatório que dará segurança jurídica ao setor, o que todo setor produtivo empresarial deseja. Há que se ressaltar que proporcionamos universalidade de atendimento e cumprimento dos benefícios sociais da lei, garantindo aos beneficiários carentes, idosos, deficientes e jovens de baixa renda o direito de ir e vir. Por isso, é importante termos definitivamente uma regulação que dê a devida importância ao melhor sistema regular de transporte de passageiros de média longa distância do mundo, empresas admiradas, inovadoras que criaram tradição. Além disso, nosso setor cumpre também um papel social e econômico relevante na vida da sociedade, fomenta uma indústria automotiva, e na cadeia do transporte, promove ótimos números de empregabilidade.

Technibus- Qual a estratégia da companhia para continuar se destacando no mercado?

Paulo Alencar Porto Lima – Continuaremos inovando, inovando e inovando. Melhoraremos a nossa comunicação com o cliente. Com muito otimismo e orgulho, agregamos a marca Guanabara, signo de excelência na prestação do serviço, às demais empresas de nosso grupo.  UTIL, Sampaio, Brisa, Real Expresso e Rápido Federal passam a acrescentar à sua comunicação a marca Guanabara. A novidade pode ser vista na nova frota recebida e seu objetivo é aumentar a conexão dos clientes dessas marcas, que possuem presença nacional estão no caminho e na história dos brasileiros. O propósito e o compromisso das empresas permanecem os mesmos, transportar com segurança, satisfação, responsabilidade sócio- cultural e ambiental, o que é proporcionado pelo ambiente de acolhimento, transparência e profundo respeito pelo trabalho de seus colaboradores. Agora somos todos Guanabara.

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