Marcopolo lança ônibus movidos a hidrogênio na Austrália

A Volgren, empresa Marcopolo na Austrália, assina acordo com a Wrightbus, especializada em tecnologia de hidrogênio na Europa e Reino Unido; os primeiros ônibus deverão estar prontos no início de 2023

A Marcopolo anuncia que vai ampliar a sua capacidade para desenvolver e fornecer ônibus movidos a combustíveis renováveis e de emissão zero. A Volgren, empresa pertencente à fabricante brasileira e um dos maiores produtores de ônibus da Austrália, assinou acordo com a Wrightbus, fabricante irlandesa de ônibus, que atua no mercado em tecnologia com hidrogênio na Europa e Reino Unido, para desenvolver e lançar ônibus movidos a célula de combustível de hidrogênio.

Os primeiros ônibus Volgren-Wrightbus deverão estar prontos no início de 2023. Os veículos serão os primeiros ônibus a hidrogênio na Austrália a serem construídos por um fabricante local em parceria com tecnologia europeia de célula de combustível.

Para André Armaganijan, diretor de negócios internacionais, de operações comerciais e mercado externo da Marcopolo, a parceria com a Wrightbus demonstra a presença e liderança da Marcopolo no cenário internacional na adoção das mais avançadas tecnologias. “Em todos os mercados nos quais temos operação, temos desenvolvido soluções focadas na mobilidade sustentável, redução de emissões e preservação ambiental”, comentou o executivo.

Na Austrália, além da produção de mais de 50 elétricos que a Marcopolo vai fazer este ano, a empresa começa a preparar a operação para ter capacidade de produzir ônibus a hidrogênio. Os primeiros dois protótipos estarão no mercado no ano que vem. “A Marcopolo começa a preparar a operação para, além de atender a questão desse movimento global de descarbonização, começar a vender não somente a soluções elétricas, mas a dar o primeiro passo, porque a gente acredita que a célula de hidrogênio é a próxima forma de propulsão que chega nesses mercados”, disse Armaganijan. 

Segundo Armaganijan, na Austrália, a tecnologia que a Marcopolo utiliza é diferente da que usa no Brasil, pois naquele mercado os ônibus são todos de alumínio. “A Volgren, a nossa empresa local, é líder de mercado, tem em torno de 60% de participação no segmento urbano.” 

O diretor da Marcopolo observou também que o país é um mercado que está em um processo acelerado de retomada. “Depois do lockdown, a gente vê na Austrália um movimento interessante de renovação de frota de ônibus e um movimento muito positivo de vendas. Estamos com todos os pedidos colocados para este ano e já estamos fazendo vendas para o ano que vem. Temos uma demanda crescente naquele país”, disse. 

De acordo com Thiago Deiro, CEO da Volgren, a parceria com a Wrightbus trará a tecnologia de chassis movido a hidrogênio, de um dos líderes mundiais para a Austrália. “Acreditamos que o hidrogênio tem um lugar importante na Austrália, e a Wrightbus é um dos mais importantes players globais em ônibus a hidrogênio. Estamos confiantes de que a parceria ajudará a acelerar a implantação de ônibus a hidrogênio na Austrália”, destacou.

O CEO da Wrightbus, Buta Atwal, disse que, como principal fabricante de ônibus do Reino Unido com produtos líderes mundiais, está orgulhoso de fazer parceria com a Volgren, principal fabricante de ônibus e líder na Austrália. “Como nós, a Volgren está sempre na vanguarda das novas tecnologias para impulsionar a indústria. Existem alguns paralelos fantásticos entre as duas empresas e estamos ansiosos para uma relação de trabalho longa e bem sucedida”, enfatizou.

Volgren

Pertencente à Marcopolo S.A., a Volgren é uma das maiores fabricantes de carrocerias de ônibus da Austrália com fábricas em Dandenong (Victoria), Eagle Farm (Queensland) e Málaga (Austrália Ocidental). A empresa já projetou, construiu e entregou cerca de dez mil carrocerias de ônibus – incluindo ônibus elétricos a bateria.

Wrightbus

A Wrightbus, com sede em Ballymena, Irlanda do Norte, constrói o chassi de ônibus mais leve do mundo e desenvolveu o primeiro ônibus de hidrogênio de dois andares. De propriedade de Jo Bamford, que comprou a empresa em 2019, a Wrightbus está na vanguarda do movimento de ônibus com emissão zero.

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