Governo de Goiás limita acesso ao transporte público

A partir de terça-feira, 23 de março, apenas profissionais das atividades essenciais terão acesso ao serviço nos horários de pico. Intenção é achatar a demanda nos horários de maior fluxo e diluir nas demais faixas horárias, dando prioridade para quem atua em trabalho essencial

Por meio de um decreto estadual, o governo de Goiás limita o acesso ao serviço de transporte público aos trabalhadores empregados nas atividades consideradas essenciais devido à pandemia por Covid-19.

Segundo o documento, esta medida “estabelece o bloqueio eletrônico seletivo de cartões Sitpass para impedimento de acesso aos ônibus, terminais e estações, durante 90 minutos, nos horários de pico da manhã (das 05:45h às 07:15h) e pico da tarde (das 16:45h às 18:15h), aplicável esta restrição temporária de embarque a passageiros não vinculados aos serviços e atividades consideradas essenciais”.

O documento também restringe a lotação dos veículos a 50% da capacidade, bem como permite a interdição pontual dos terminais de integração quando e se necessário. 

Pesquisa feita pelo RedeMob Consórcio no dia 15 de março de 2021, em Goiânia, aponta que 52,6% dos passageiros do transporte público não são de serviços não essenciais. Agora, somente terão acesso aos ônibus nesses horários os passageiros que trabalham em serviços e atividades essenciais, que tiverem feito previamente um cadastro emergencial junto à Rede Metropolitana de Transporte Coletivo, no site https://rmtcgoiania.com.br/embarqueprioritario.

Os validadores eletrônicos vinculados aos embarques de passageiros, tanto nos ônibus quanto nos terminais de integração e estações do sistema, nos horários de pico, farão a leitura e reconhecimento dos cartões Sitpass somente dos passageiros cadastrados. 

Segundo Leomar Avelino, diretor executivo do RedeMob Consórcio, que faz a operação da rede, isso só foi possível por conta da tecnologia de bilhetagem recentemente implantada no sistema metropolitano. O novo Sitpass permite que seja feito bloqueio por período de acesso a determinados usuários a partir de cadastro na plataforma desenvolvida para esta demanda do poder público.”

O cliente do sistema que não se enquadrar nesta categoria não terá acesso a nenhum dos terminais que compõem a RMTC, nem mesmo aos ônibus nas paradas, durante os horários de pico, uma vez que o cartão Sitpass será bloqueado.  

Público 

Pesquisa quantitativa realizada no último dia 15 de março nos terminais da região metropolitana comprovou que 52,6% dos usuários do transporte público coletivo não são de serviço essencial. O levantamento teve como foco principal identificar o público que utiliza o serviço durante o período de lockdown imposto pelo decreto da prefeitura de Goiânia, para saber se os usuários do sistema durante este período são ou não trabalhadores dos serviços essenciais, suas origens e destinos e os motivos de seus deslocamentos. 

Dos 86,6% dos usuários que utilizam o transporte público coletivo nos dias atuais para trabalhar, menos da metade deles, 47,4%, pertence às atividades essenciais. 52,6% estavam usando o serviço e indo para destinos de trabalho não essenciais. Quando a pergunta foi sobre o ramo da atividade exercida, serviços domésticos, indústria e comércio foram lideraram as respostas.

“Esse resultado vem ao encontro do que estamos percebendo no dia a dia da operação. O lockdown não está sendo respeitado pela população. O transporte público colocou toda sua frota nas ruas, reforçou a higiene dos veículos, mas se a população não ficar em casa, os terminais e ônibus permanecerão cheios”, analisa Avelino. 

Foram realizadas 516 entrevistas válidas, determinando uma margem de erro de 4,31% para os resultados gerais, dentro de um coeficiente de confiabilidade de 95%.

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