Márcia Pinna Raspanti
O mês de dezembro registrou o maior volume de emplacamentos de veículos de todo o ano de 2020, segundo apuração da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Considerando todos os segmentos somados (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros veículos), foram emplacadas 363.163 unidades, em dezembro, contra 334.349 veículos, no mês anterior, numa alta de 8,62%.
O levantamento, que tem como base os dados do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), apontou, ainda, que, em relação a dezembro de 2019, quando foram comercializadas 370.748 unidades, a retração foi de apenas 2,05%. Já no acumulado do ano, houve queda de 21,63% (3.162.851 unidades contra 4.036.046 registradas em 2019), um recuo inferior às projeções divulgadas pela Fenabrave em julho, quando a expectativa era de que o mercado retrairia 35,8% em 2020. Em outubro, a previsão foi revisada para uma baixa de 25,3%, mas o ano acabou sendo um pouco melhor do que o esperado.
As vendas de automóveis e comerciais leves cresceram 8,66% em dezembro, totalizando 232.814 unidades licenciadas, contra as 214.260 unidades emplacadas, em novembro. Já com relação a dezembro de 2019, quando foram comercializadas 251.775 unidades, houve queda de 7,53%. No acumulado de 2020, foram emplacadas 1.950.889 unidades, contra 2.658.692, no ano anterior, uma queda de 26,62%.
Ônibus –
Em dezembro do ano passado, os emplacamentos de ônibus (1.551 unidades) registraram queda de 11,07% sobre novembro (1.744 ônibus emplacados). Na comparação com dezembro de 2019 (2.434 unidades), o resultado foi 36,28% menor e, se considerarmos o acumulado de janeiro a dezembro (18.219 unidades), a queda foi de 33% sobre igual período de 2019 (27.193 unidades).
“O segmento de ônibus foi o mais impactado nesta pandemia. As empresas de transporte de passageiros, os fretamentos, entre outros, sofreram muito com a queda em seu faturamento. A fabricação deste segmento também sofreu com a falta de insumos e componentes”, analisa o presidente da federação.
Caminhões –
Em dezembro de 2020, o segmento de caminhões registrou alta de 6,84%, totalizando 9.639 unidades comercializadas, frente às 9.022 vendidas em novembro. Na comparação com dezembro de 2019 (8.328 unidades), houve crescimento de 15,74%, mas, no acumulado de janeiro a dezembro, os resultados de 2020 (89.207 caminhões emplacados) ficaram 12,31% abaixo dos registrados no mesmo período de 2019, quando foram vendidas 101.733 unidades.
“Os fabricantes de caminhões tiveram muita dificuldade para atender à demanda, por conta da retração da produção, provocada pela pandemia, na indústria. A boa oferta de crédito e a melhora dos preços das commodities são fatores positivos, que impulsionaram e continuam mantendo a procura aquecida”, comenta Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave.
Implementos Rodoviários –
Os emplacamentos de implementos rodoviários apresentaram crescimento geral, em todos os comparativos. Em dezembro de 2020, quando foram emplacadas 7.354 unidades, o crescimento foi de 14,83% sobre novembro do mesmo ano, quando 6.404 unidades foram vendidas.
Também na comparação com dezembro de 2019 (4.992 unidades), houve alta de 47,32% e, no acumulado de janeiro a dezembro de 2020, as 67.377 unidades comercializadas ficaram 6,11% acima das 63.498 unidades registradas em igual período de 2019.
“O cenário de implementos rodoviários é parecido com o de caminhões, em que a demanda é maior do que a oferta. Contudo, a base comparativa de 2019 é baixa, o que justifica o seu crescimento também no acumulado do ano. O crédito para este segmento continua sendo fartamente ofertado, com taxas de juros em níveis razoáveis, assim como a demanda segue aquecida”, avalia Assumpção Júnior.
Projeções –
A Fenabrave espera um retorno do crescimento das vendas de veículos para 2021, e projeta alta de 16,6% para o setor, em geral, sobre os resultados obtidos em 2020.
“Esperamos poder recuperar, aos poucos, o mercado, mas ainda há incertezas e fatos que podem repercutir nas nossas projeções”, adverte Assumpção Júnior.