Na avaliação da Marcopolo, os resultados obtidos pela companhia no terceiro trimestre de 2020 refletem o impacto da pandemia de Covid-19 nas operações da empresa e apontam o início da recuperação do mercado de ônibus no Brasil, em comparação com o trimestre anterior. O volume de produção cresceu 46,6% em relação ao trimestre anterior, quando a indústria se encontrava mais impactada pelas restrições sanitárias. No entanto, o volume caiu na comparação anual.
A produção consolidada da Marcopolo foi de 3.422 unidades no terceiro trimestre, sendo 3.064 unidades produzidas no Brasil, o que representa um volume 7,1% inferior ao do terceiro trimestre de 2019. Já no exterior, a queda anual de produção foi 43,1%, com 358 unidades no trimestre. Por outro lado, a participação de mercado da companhia na produção brasileira de carrocerias aumentou de 48,8% no terceiro trimestre de 2019 para 55,7% no mesmo período deste ano.
A receita líquida total alcançou R$ 836,5 milhões no terceiro trimestre, sendo R$ 480,4 milhões (57,4%) proveniente do mercado interno e R$ 356,1 milhões (42,6%) do mercado externo. “No último trimestre, destacamos o desempenho dos micros, beneficiado pelo aumento de vendas ao programa Caminho da Escola. Considerando também os demais modelos, entregamos 2.534 veículos ao programa nos primeiros nove meses deste ano. O ritmo destas entregas deve permanecer forte até dezembro e as adesões dos municípios se encontram próximas ao limite das nossas 4.800 unidades no Caminho da Escola”, afirma José Antonio Valiati, diretor financeiro e de relações com investidores da Marcopolo.
“A demanda por ônibus rodoviários segue impactada pela queda no turismo, mas ensaia pequenos movimentos de recuperação, indicando que o pior já passou. Por outro lado, as atividades de fretamento vêm surpreendendo positivamente, com incremento de vendas frente a 2019, em função das exigências de maior distanciamento no transporte de funcionários. Isso abriu oportunidade para o aumento das nossas vendas de Volare, que também se destacou no último trimestre por conta de exportação para o Chile”, acrescenta Valiati.
O lucro bruto consolidado da Marcopolo atingiu R$ 136,7 milhões no último trimestre, com margem de 16,3%, contra R$ 145,9 milhões, com margem de 13,5% no mesmo período de 2019. O EBITDA foi negativo em R$ 23,8 milhões no terceiro trimestre de 2020 (margem de -2,8%), contra R$ 60,2 milhões (margem de 5,6%) no ano passado, afetado pelos custos relativos aos ajustes de pessoal e aos resultados das operações no exterior, especialmente advindos da operação canadense da NFI Group Inc. Estes fatores também contribuíram para o prejuízo líquido R$ 57,4 milhões (margem de -6,8%) no terceiro trimestre deste ano, contra um lucro de R$ 33,9 milhões (margem de 3,1%) no mesmo período de 2019.
As inovações da plataforma Marcopolo Biosafe vêm contribuindo para a segurança dos passageiros e a retomada do setor de transporte coletivo. No fim do terceiro trimestre de 2020, cerca de 85% das carrocerias produzidas pela companhia levavam ao menos um item da linha Biosafe – incluindo unidades produzidas ou enviadas ao mercado externo.
Vendas no exterior –
As exportações da Marcopolo seguem apresentando melhor desempenho na comparação com o mercado interno, em função da desvalorização cambial. A redução do volume de exportações, como reflexo da pandemia, é compensada pela maior receita e rentabilidade das operações, devido ao atual patamar do câmbio.
“Gradativamente, as operações de transporte coletivo na América do Sul voltam a circular, com reflexos positivos nas vendas ao Chile, Argentina e Peru. As entregas ao mercado africano permanecem sendo importantes também nos próximos meses”, observa o diretor da companhia.
Por sua vez, os resultados da Marcopolo Austrália foram afetados negativamente pela segunda onda da pandemia ao país, o que gerou postergação de entregas para o quarto trimestre. Marcopolo México, Marcopolo China e Marcopolo África do Sul sofreram com uma menor demanda em seus respectivos mercados, com perspectivas de recuperação a partir de 2021.
“Continuamos trabalhando junto aos nossos clientes para que esta crise seja superada brevemente. A Marcopolo do futuro evolui independentemente dos percalços do curto prazo, perseguindo uma visão de mobilidade crescente e eficiente para um mundo que deseja voltar a viajar”, conclui Valiati.