O pagamento de ônibus, trens e metrô diretamente com cartões bancários por aproximação já ultrapassa a marca de 30 milhões de transações por ano em toda a América Latina. Essa modalidade está disponível em 22 cidades latino-americanas, segundo dados da Visa.
Pesquisas indicam que o Brasil é um dos grandes destaques nesse cenário de digitalização, sendo pioneiro em muitas soluções de transporte em massa na região. Em São Paulo, por exemplo, já é possível pagar com cartões por aproximação em várias linhas de ônibus, metrô e trens da CPTM, além do uso crescente do QR Code. O Rio de Janeiro permite o uso de cartões sem contato no metrô, barcas e até em estacionamentos.
Um marco importante foi em Jundiaí, no interior paulista, que em 2018 se tornou a primeira cidade da América Latina a equipar toda a sua frota de ônibus com a tecnologia de pagamento por aproximação da Mastercard. Na época, mais de 300 ônibus foram equipados com validadores específicos, para aceitar o mesmo cartão de crédito, débito e pré-pago usado para outros tipos de compras, além de smartphones, smartwatches ou pulseiras de pagamento.
Em Belo Horizonte, o metrô registra um aumento no uso de cartões, especialmente em períodos de grande movimento, como eventos e feriados. Salvador também demonstra um avanço na aceitação de pagamentos por aproximação em suas barcas e metrôs. E a modernização não se restringe às grandes capitais: cidades de médio porte como Foz do Iguaçu e Angra dos Reis também já adotaram essa tecnologia.
No Distrito Federal, por exemplo, em dezembro de 2024 mais de 295 linhas de ônibus passaram a aceitar apenas pagamentos por meios eletrônicos. Essa iniciativa faz parte de um sistema 100% digital que incluiu gradualmente todas as 931 linhas do DF, uma mudança iniciada em julho do ano passado. Porto Alegre (RS) e Recife (PE) também estão testando ou implementando o pagamento de tarifas de ônibus por meio de QR Code, com opções de pagamento via Pix ou cartão de crédito em aplicativos.
Dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) indicam que 65% das transações presenciais já ocorreram por aproximação, e especialistas projetam que esse percentual ultrapassará 70% em 2025.
“Essa evolução não é apenas uma questão de tecnologia, mas de melhoria contínua da experiência do usuário e otimização das operações. Estamos comprometidos em garantir que essa jornada digital seja fluida e acessível para todos, impulsionando um transporte público cada vez mais conectado e eficiente”, explica José Barletta, diretor técnico da Ingenico, líder global em soluções de pagamento.
Mobilidade em países da América Latina
Além disso, outros países da América Latina e Caribe também estão nesse movimento, incluindo México (Cidade do México), República Dominicana, Guatemala, Colômbia, Peru, Costa Rica e Panamá, onde o metrô já aceita pagamentos sem contato
“Temos vários casos de sucesso como fornecedor de equipamentos junto a integradores no mundo (ISVs, ou automações comerciais). Nossas soluções para vendas de passagens e bilhetes estão presentes nas principais estações ferroviárias da Europa, como em Edimburgo, Londres, Helsinki, Barcelona, Paris, Roma, Atenas. E em várias estações nos Estados Unidos, como em Boston, Nova York, São Francisco, entre outras”, explica Barletta. No caso da Ingenico, há equipamentos para carga de cartões e aplicativos pré-pagos (TVMs) como também terminais embarcados em ônibus, e para catracas de metrô:
Como soluções de acesso aos meios de transporte (catracas), as soluções estão presentes em ônibus nas cidades de Toronto, Estocolmo, Lisboa etc. Assim como em importantes metrôs como Hong Kong, Oslo, Milão, Roma, Lisboa. Nestas cidades, as parcerias com as automações comerciais locais permitem o pagamento de passagens com cartões de crédito, débito, carteiras digitais (como Google Pay e Apple Pay) e cartões com tecnologia NFC. Essas soluções podem ser integradas aos sistemas públicos de bilhetagem, viabilizando tarifas combinadas entre modais, reconhecimento de gratuidades e análise de dados de mobilidade.
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