Produção de ônibus tem crescimento de 34,7% em 2024

O aumento na produção no ano passado foi puxado pelo segmento de urbanos, que cresceu 41,3%, e de rodoviários, que avançou de 5,4%, segundo a Anfavea

Sonia Moraes

A produção de ônibus atingiu 1.694 chassis em dezembro de 2024, ficando 30,7% abaixo dos 2.444 veículos fabricados em novembro. Em relação a dezembro de 2023 (1.258 unidades) o crescimento foi de 14,7%, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em todo o ano de 2024, foram produzidos 27.749 veículos, o que representou aumento de 34,7% em relação aos 20.598 veículos fabricados em 2023.

“Tivemos em 2024 um ano especial para o segmento de ônibus e o aumento de 34,7% foi puxado pelo segmento de urbanos, que cresceu 41,3%, e de rodoviários, que avançou de 5,4%”, destacou Eduardo Freitas, vice-presidente da Anfavea. A produção de modelos urbanos aumentou de 16.802 unidades em 2023 para 23.749 em 2024; e a de rodoviários saltou de 3.796 unidades para 4.000 ônibus.

Licenciamento

As vendas de ônibus tiveram aumento de 19,6% em dezembro, chegando a 2.232, quando comparadas aos 1.867 veículos vendidos em novembro. Em relação a dezembro de 2023 (1.479 unidades) o crescimento foi de 50,9%. No acumulado de janeiro a dezembro do ano passado, foram comercializados 22.435 ônibus no país, aumento de 9,8% sobre 2023, quando atingiu 20.435 unidades. “Foi o melhor ano de emplacamento de ônibus desde 2014, com crescimento de quase 10% quando comparado a 2023 e muito superior aos anos anteriores de 2021 e 2022”, destacou Freitas.

O vice-presidente da Anfavea lembrou que o segmento de ônibus sofreu um efeito diferente durante a pandemia, com emplacamento reduzido, e agora começa a notar essa retomada. “Esse número também está muito ligado à questão das eleições municipais que estimulam as vendas. Começamos a observar o processo de renovação de frotas nas grandes capitais”, disse Freitas.

No ranking de vendas dos 12 meses de 2024, a liderança ficou com a Mercedes-Benz, com comercialização de 9.277 ônibus, 17,5% a menos que no acumulado de janeiro a dezembro de 2023 (11.246 unidades). O segundo lugar ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que vendeu 5.856 veículos, 30,4% acima do mesmo período do ano anterior (4.490 unidades). E o terceiro, com a Agrale, que comercializou 3.512 veículos, 20,7% superior de janeiro a dezembro do ano passado (2.910 unidades).

Na sequência, está posicionada a Iveco que vendeu 2.116 ônibus em 2024, aumento de 263,6% sobre os 12 meses do ano passado (582 unidades); a Scania com 887 veículos, 89,9% a mais que janeiro e dezembro de 2023 (467 unidades). E a Volvo que vendeu 709 ônibus, aumento de 1,3% sobre os 12 meses de 2023, cujas vendas somaram 700 unidades.

Mercado externo

Nas exportações, o ano de 2024 não foi positivo para o mercado de ônibus. Em dezembro, os embarques caíram 37,5% com 394 unidades, ante os 630 veículos exportados em novembro. Em relação a dezembro de 2023 (415 unidades), a queda foi de 5,1%. No acumulado do ano, a retração foi de 3,1% com 4.882 veículos comercializados no exterior, enquanto em 2023 foi de 4.974 unidades.

De modelos rodoviários, foram exportados 2.421 veículos em 2024, com 11,2% a mais que em 2023 quando atingiu 2.177 unidades. E de ônibus urbanos, foram 2.401 unidades, montante 14,2% inferior aos 2.797 veículos vendidos no mercado internacional em 2023. Em CKD (veículos desmontados), foram exportados 3.548 ônibus no ano passado, 3,4% superior aos 3.432 modelos embarcados em 2023.

Previsão

Para 2025, a estimativa da Anfavea é que o mercado de veículos pesados (incluindo caminhões e ônibus) tenha 149.200 veículos emplacados, com crescimento de 1,3% sobre os 147.300 veículos vendidos em 2024. A produção deve ficar estável com 169.400 unidades, 0,2% superior aos 169.000 veículos fabricados em 2024. As exportações deverão crescer 2,2%, de 22.700 unidades em 2024 para 23.300 unidades em 2025.

“A estabilidade na produção de veículos pesados neste ano é um sinal de alerta e está atrelado aos desafios em relação ao câmbio e a taxa de juros”, esclareceu Freitas. O vice-presidente da Anfavea lembrou que em 2024 o mercado de ônibus teve um crescimento muito grande no segmento de fretamento, de 80%. “Isso tem muito a ver com o PIB, mas é uma linha que representa menos no todo do segmento de ônibus.”

O segmento de urbano, que é o mais representativo, cresceu 11%. “A expectativa é que se tenha uma reprodução que tivemos ao longo deste ano com uma variável. De modelos para o Caminho da Escola tivemos apenas 2.500 veículos nos dados de emplacamentos em 2024. Se considerar que o governo colocou 7.000 pedidos vamos ter um número mais expressivo em relação ao emplacamento de ônibus para Caminho da Escola em 2025”, disse Freitas e ressaltou que espera crescimento de modelo urbano e fretamento com destaque para o programa federal.

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