Volkswagen e CBMM apresentam protótipo de ônibus elétrico com bateria de nióbio

O veículo tem carregamento ultrarrápido, que dura até dez minutos, e vai transportar funcionários da CBMM

Márcia Pinna Raspanti, de Araxá (MG)

Uma parceria entre a Volkswagen Caminhões e Ônibus, a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e a Toshiba possibilitou o desenvolvimento do primeiro protótipo de ônibus elétrico do mundo, com baterias à base de Nióbio. A nova tecnologia permite um carregamento ultrarrápido em até dez minutos em pantógrafo de 300 kW.

A CBMM, que atua na produção e comercialização de produtos de Nióbio, e a japonesa Toshiba, trabalharam por seis anos em cooperação para desenvolver a tecnologia de óxidos mistos de Titânio com adição de Nióbio para o ânodo das células das baterias de íons de lítio, conhecida como NTO.

O ônibus, que foi apresentado hoje na planta fabril da CBMM, em Araxá, Minas Gerais, tem 60 km de autonomia. O óxido de nióbio substitui o grafite que é utilizado nas baterias convencionais e traz algumas vantagens como uma maior densidade energética, em cerca de 35%. Segundo Rogério Ribas, da CBMM, o material também é “intrinsicamente seguro” por operar em uma voltagem mais baixa. “E há todo um sistema de gerenciamento térmico para garantir toda a segurança”.

O protótipo vai circular na planta industrial da CBMM, no transporte de trabalhadores da empresa, neste primeiro momento. Ricardo Lima, CEO da CBMM, contou que o projeto de desenvolvimento das baterias a base de nióbio recebe investimentos de R$ 80 milhões no ano passado e que na divisão de baterias foram investidos US$ 80 milhões para uma nova planta. Ele acredita que no segundo semestre de 2025, as baterias de nióbio comecem a ser comercializadas.

Roberto Cortes, CEO da VWCO, destacou que a missão da marca é contribuir para a mobilidade sustentável para todos. “O futuro é a mobilidade elétrica, associada a outras tecnologias”, disse. Cortes destacou que o ônibus com bateria a base de Nióbio deve demorar mais para chegar no mercado. “Para lançar um veículo completo com uma tecnologia nova demora de três a quatro anos. Mas é muito cedo para pensarmos em prazos”, afirmou.

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