Empresas de ônibus de São Paulo suspeitas de ligação com crime organizado sofrem intervenção

Segundo a administração municipal, a operação das duas empresas continua funcionando e os passageiros não serão prejudicados

A prefeitura de São Paulo divulgou, nesta terça-feira (09/04), a intervenção nas concessionárias de transporte coletivo público de passageiros Transwolff, que atende à população da zona sul, e UPBus, na zona leste, após investigação do Ministério Público e da Polícia Militar apontar seu envolvimento com o crime organizado.

A Controladoria Geral do Município (CGM) já vinha investigando as ações das concessionárias de ônibus em conjunto às apurações dos fatos, dos quais é vítima, pelo Ministério Público e a polícia. “Não houve omissão pelo poder público municipal. A Prefeitura de São Paulo também foi vítima”, disse o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que integra o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo.

Decreto 63.328/24 foi publicado em edição extraordinária do Diário Oficial da Cidade desta terça-feira. O anúncio foi feito pelo prefeito Ricardo Nunes durante coletiva de imprensa no Ministério Público. “Estamos aqui neste momento e os interventores já estão lá nas empresas.” 

A prefeitura garante a continuidade da prestação de serviço dos ônibus na cidade de São Paulo. “Não haverá nenhuma paralisação no transporte público da cidade de São Paulo, em especial por essas duas empresas que hoje sofreram as investigações, os mandatos e a intervenção”, garantiu Nunes. 

De acordo com o prefeito, a escolha dos interventores foi feita de forma minuciosa e cuidadosa. “Tomei cuidado de fazer uma boa escolha, junto com a minha equipe, dos interventores na empresa Transwolf, com o diretor de Planejamento da SPTrans, Valdemar Gomes de Melo, de carreira, que trabalha há 45 anos na SPTrans. Na empresa UPBbus o interventor será o diretor de Operações da SPTrans, Wagner Chagas Alves, que trabalha há 40 anos na SPTrans”, disse. 

O prefeito detalhou ainda que vão trabalhar com os interventores um representante da Controladoria Geral do Município, um representante da Procuradoria Geral do Município e um representante da secretaria da fazenda.

A SPTrans já assumiu a gestão e operação de ambas as concessionárias atendendo à deliberação da Justiça e dará todo o apoio necessário para garantir a manutenção da operação diária dos ônibus das duas concessionárias. Nenhum ônibus foi apreendido, todos os coletivos seguem em operação e os funcionários das concessionárias continuam trabalhando normalmente.  Juntas, as duas empresas têm 1.365 ônibus e transportam 650 mil passageiros por dia. 

Os funcionários das empresas alvos de intervenção, os contratos de concessão do poder público firmados com as operadoras, além dos contratos com fornecedores das empresas também serão mantidos, com seus direitos respeitados. “Portanto, do ponto de vista dos passageiros, da operação, dos funcionários das empresas e dos fornecedores, absolutamente nada muda. O que muda somente é a questão da gestão das empresas”, explicou Nunes.  

Intervenção 

Os dois interventores serão responsáveis pela administração e operação das empresas em conjunto com equipe da CGM, da PGM e da Secretaria da Fazenda.  O Decreto 63.328/24 ainda estabeleceu a criação de dois comitês de intervenção, um para cada concessionária.

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