Por Sonia Moraes
Technibus – O que levou a JOST Brasil a investir no segmento de ônibus?
Alessandro Barbosa – Nos últimos anos, uma de nossas principais estratégias era a ampliação e a diversificação de portfólio, e ela segue em 2024. Desenvolver soluções para outros mercados foi um movimento natural nesse sentido. A primeira solução para o segmento foi a articulação para ônibus. O produto, aplicado a veículos urbanos articulados, foi desenvolvido com materiais mais leves e design atualizado, resultando em melhor custo-benefício para montadoras e operadores de transporte urbano.
Technibus – A empresa vê perspectiva de ampliar os negócios no segmento de ônibus com a diversificação do portfólio de produtos?
Alessandro Barbosa – A diversificação de produtos e negócios é parte da estratégia de longo prazo da JOST Brasil, sem dúvida alguma o segmento de ônibus é importante e segue sendo monitorado para captura de oportunidades de novos negócios.
Technibus – Além da Mercedes-Benz, para a qual já produziu e entregou mais de 500 unidades de articulação para ônibus desde 2022, há negociações fechadas com outras fabricantes de ônibus?
Alessandro Barbosa – Estamos trabalhando neste sentido e com negociações em andamento. Não podemos compartilhar mais informações neste momento.
Technibus – Que tipo de material a JOST Brasil utiliza para tornar as articulações dos ônibus mais leves?
Alessandro Barbosa – O produto foi desenvolvido a partir de um processo avançado de engenharia, testes e validações, em software, bancada, campo de provas e campo, otimizando assim o projeto estrutural e o design do componente. Além disso, é fabricado em aço de alta resistência, o que permite trabalhar com menores espessuras. Ambos os fatores contribuem na redução de peso do componente, um atributo fundamental para a indústria automotiva atualmente.
Technibus – As articulações foram desenvolvidas e são produzidas no Brasil?
Alessandro Barbosa – Sim, as articulações foram desenvolvidas no Brasil, com suporte dos nossos colegas da Europa. São produzidas na unidade da JOST Brasil em Campinas (SP), inaugurada em 2022.
Technibus – A empresa tem planos de exportar esse produto para aplicação nos ônibus de transporte urbano?
Alessandro Barbosa – Acreditamos que a exportação do produto, através da Mercedes-Benz, é algo natural e que deve ocorrer sim.
Technibus – A JOST criou uma linha específica na sua fábrica para a produção das articulações?
Alessandro Barbosa – Sim, a planta de Campinas nasceu, no primeiro momento, como uma unidade exclusiva para a fabricação das articulações de ônibus.
Technibus – A empresa tem planos de investir para ampliar a produção deste componente?
Alessandro Barbosa – Tudo depende do mercado e da evolução das negociações em andamento. Sem dúvida alguma, precisaremos investir para acompanhar o crescimento de volumes e as evoluções do mercado, bem como a potencial entrada de novos negócios com outros clientes e mercados.
Technibus – Como a empresa fechou 2023?
Alessandro Barbosa – Os dados consolidados de 2023 serão divulgados em março pela Randoncorp.
Technibus – Quais as expectativas da JOST Brasil para 2024?
Alessandro Barbosa – A expectativa é de retomada da produção de ônibus e caminhões. Em 2023, a introdução da nova norma de emissões Euro 6 encareceu o preço dos veículos de 15% a 20% e as compras de modelos Euro 5 foram antecipadas, o que ocasionou queda nos volumes no ano passado. Em 2024 devemos seguir na trajetória de queda da taxa de juros, o que é bastante importante para o segmento de veículos comerciais, tão dependente do crédito. De maneira geral, vemos 2024 como um ano positivo, de retomada e crescimento dos nossos volumes junto às montadoras de ônibus e caminhões.