Prefeito de São Paulo busca US$100 milhões junto ao Banco da China para ônibus elétricos

Ricardo Nunes anunciou também que está negociando uma parceria com a Huawei para implementar um sistema para o carregamento de ônibus elétricos para reduzir a dependência da infraestrutura de carregamento utilizada na cidade

Marcia Pinna

Em sua primeira agenda oficial na China, nesta quarta-feira (23/04), o prefeito Ricardo Nunes enfatizou a forte ligação e colaboração entre São Paulo e Xangai, cidades-irmãs desde 1988, durante sua participação no painel “Cidades Inteligentes: tecnologia e inovação, exemplo para o mundo”, no “Summit Valor Econômico Brazil-China”.

O prefeito deu ênfase às parcerias internacionais, especialmente com a China, e a busca por investimentos para acelerar a transição energética e enfrentar desafios sociais. Ele mencionou a intenção de captar 100 milhões de dólares junto ao Banco da China para a aquisição de mais ônibus elétricos.

Nunes destacou as ações concretas em andamento em São Paulo, inspiradas em iniciativas de Xangai, como a eletrificação da frota de ônibus, que enfrenta diversas dificuldades em decorrência da falta de infraestrutura de abastecimento. Ele mencionou o investimento de R$ 6 bilhões na substituição da frota de ônibus a diesel por elétricos e a meta de substituir todos os 500 caminhões de coleta de lixo por modelos a biometano até 2028.

Tratativas

Nunes informou que a cidade está negociando uma parceria com a Huawei, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, para implementar em São Paulo um sistema para o carregamento de ônibus elétricos para reduzir a dependência da infraestrutura de carregamento utilizada atualmente. “Essa tecnologia é um marco importante para a cidade de São Paulo. Estamos ansiosos para implementá-la e melhorar a eficiência do nosso transporte público. A prefeitura está trabalhando para finalizar os acordos com a empresa chinesa e iniciar a implementação da tecnologia o mais breve possível”, complementou

A Huawei desenvolveu formas de distribuição de energia e carregamento para veículos elétricos que tornaria o sistema menos dependente da concessionária que distribui energia elétrica e é responsável pela infraestrutura nas garagens com a ligação de rede de média e alta tensão. Assim, disse Nunes, as concessionárias deixariam de ter gastos tão elevados para implantar a infraestrutura. “A concessionária paga R$ 4 milhões, R$ 5 milhões, R$ 6 milhões para pôr toda a infraestrutura para a Enel ligar a energia e, ainda assim, não não o faz.”

“Com esse sistema que a gente está acertando com eles aqui, já foi uma uma conversa muito boa, de que nós não teríamos sequer o capex (gastos com a aquisição, melhoramento ou manutenção), eles colocariam esse equipamento e a gente pagaria somente o valor da energia e muito possivelmente até um valor menor do que a própria Enel cobra, porque eles teriam a captação de energia dentro do livre mercado”, explicou Nunes.

A empresa desenvolveu o Super Carregador Huawei, formado por um conjunto de baterias que permitem o armazenamento da energia. Essa estrutura de armazenagem é feita por um equipamento que possui 2 MWh de capacidade e é seguro para os consumidores, pois fornece energia constante. O sistema ainda é projetado com packs de carregamento independentes: quando há problema em um deles, o restante não é afetado, diferentemente dos sistemas tradicionais.

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