O Rio de Janeiro apresentou , nesta segunda-feira (16/12), o projeto-piloto de ônibus movido a gás natural/biometano, o ´RJ Mobilidade Sustentável`, que tem como objetivo reduzir as emissões de gases de efeito estufa na mobilidade urbana.
Para abranger os diferentes cenários rodoviários e urbanos, duas linhas com trajetos e operações distintas iniciarão a operação dos ônibus a gás natural e biometano: Rio de Janeiro x Barra Mansa, mantida pela viação Cidade do Aço; e Duque de Caxias x Barra da Tijuca, operada pela Transportes Santo Antônio.
Os modelos utilizados no projeto-piloto RJ Mobilidade Sustentável serão o Scania K 280 e o Scania K 340, ambos com tecnologia a gás híbrida, capaz de reduzir em até 20% as emissões de CO², principal agente do aquecimento global, em comparação ao diesel de ônibus comuns, além de quase 85% e 90% das emissões de material particulado e óxidos de nitrogênio.
O uso de veículos a gás natural e biometano se juntará a outra iniciativa pioneira que vai viabilizar toda a operação. Trata-se do programa Corredores Sustentáveis, lançado também pelo governo do Rio de Janeiro, por meio da secretaria de energia e economia do mar, em novembro de 2023. Já são 14 postos adaptados nas rodovias Presidente Dutra e Washington Luís, e na Rio-Magé, permitindo que caminhões e ônibus trafeguem entre os estados do Rio e São Paulo, emitindo menos gases do efeito estufa e gerando menos poluição sonora. A meta é, em breve, expandir o projeto para os estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
Em um posto não adaptado, um veículo pesado a gás precisaria ficar parado entre 45 a 50 minutos, dificultando a operação e impondo mais custos logísticos. Além da economia de tempo, a troca do diesel por gás pode resultar em um montante de 52 toneladas de CO² não soltas na atmosfera a cada mil veículos – o que equivale à preservação de cerca de 200 árvores. O estado do Rio de Janeiro é o maior produtor de gás natural do país, com 73% da produção nacional, além de o segundo maior produtor de biometano, com 80 milhões de m³/ano.
Segundo dados da distribuidora de gás Naturgy, responsável pela estrutura para fornecimento do GNV no estado, o Rio de Janeiro é líder em frota adaptada para GNV, com aproximadamente 1,7 milhão de veículos leves convertidos e mais de 700 postos instalados.
O GNV possui vantagens, tanto em termos econômicos, quanto em relação à sustentabilidade, sobre os demais combustíveis. Em média, com R$ 100 de GNV, por exemplo, o motorista roda 328 km, contra 180 km do etanol e 181 km da gasolina. Em relação às emissões de CO², em média, o GNV tem redução de 20% a 30% em relação à gasolina.