Cummins espera aumentar em 39% a produção de motores em 2024

A estimativa da empresa é fechar este ano com 40 mil unidades, dos quais 24 mil serão destinadas ao setor automotivo, sendo de 15% a 20% para o mercado de ônibus

Sonia Moraes

A Cummins espera aumentar em 39% a sua produção de motores neste ano, chegando a 40 mil unidades. Deste total, 24 mil propulsores serão destinados ao setor automotivo, sendo de 15% a 20% para o mercado de ônibus, dividindo o restante entre o segmento de caminhões e o industrial (máquinas agrícolas e de construção).

No mercado de ônibus, os motores diesel da Cummins equipam modelos escolares, urbanos e de fretamento. Na linha de montagem da fábrica da Volkswagen Caminhões e Ônibus, em Resende (RJ), o motor ISF 3.8 litros Euro 6 de 175 cv de potência equipa os modelos escolares, o Volksbus 9.180 e os chassis 11.180 S e 11.180 R.

Na Agrale, o motor ISF 3.8 litros de 175 cv de potência equipa os chassis MA 9.2 e o modelo 10.0 Euro 6 de micro-ônibus, enquanto o motor F 4.5 litros diesel, de 213 cavalos de potência equipa o chassi MA 17.0 Euro 6 de minibus. Para a Marcopolo, a empresa envia o motor ISF 3.8 litros para equipar o Volare Attack e o Volare Fly 9 e 10 e por meio da Agrale o motor F 4.5 para equipar o Volare Fly 12.

O crescimento esperado para a produção de motores este ano inclui a demanda do mercado brasileiro e das exportações, que este ano deve chegar a 16% de representatividade, com vendas para os Estados Unidos, Canadá e México. Do total exportado, 75% vão para o segmento automotivo e o restante para o setor industrial nos Estados Unidos.

Em 2023, as exportações representaram 5% dos negócios da companhia, mas a meta da empresa é chegar a um crescimento de mais de 20% nos próximos dois anos. “Estamos colhendo frutos de um projeto idealizado em 2021”, disse Adriano Rishi, presidente da Cummins Brasil, durante evento realizado em São Paulo.

Incluindo todos os segmentos de atuação, a Cummins projeta um avanço de 35% dos seus negócios em 2024, depois de registrar perda de quase 40% no ano passado, com a entrada em vigor da fase P8 do Proconve para a redução das emissões dos veículos. Para 2025, a estimativa é de manter o índice de crescimento em torno de 7%. “O ano de 2023 foi muito difícil, mas a Cummins continua investindo no Brasil para conseguir dar os próximos passos e manter o compromisso com a descarbonização”, disse o presidente.

Desaceleração –

Risi comentou também que em dois anos houve desaceleração natural do mercado em relação à adoção de novas tecnologias para veículos elétricos, e o que pesou na redução do desenvolvimento de novas soluções foi o fator econômico. “Quando tem alta escala de produção, o impacto é grande porque não consegue precificar o produto e ter a remuneração porque ainda tem outras tecnologias competindo no mercado com custo menor.”

Sobre o avanço dos veículos elétricos no Brasil, o presidente da Cummins comentou que a velocidade da eletrificação será mais rápida nos ônibus urbanos porque existe condições para isso. “Os veículos têm rotas definidas nas operações urbanas, as empresas têm estação de recarga, infraestrutura e incentivos econômicos, que é um fator importante para avançar a eletrificação.”

Na avaliação do presidente da Cummins a descarbonização representa um desafio gigante. “É uma mudança brusca e não é possível com um único passo, mas o ingrediente chave para o sucesso nesta transição energética é ter clareza em relação aos fatores que possibilitam a adoção de diferentes tecnologias pelo mercado.”

Atuação global

Com 105 anos de atividades e presença em 190 países, a Cummins mantém firme o seu programa de investimentos. Em 2023, a companhia aplicou um valor recorde de R$ 7,8 bilhões em pesquisa e desenvolvimento. No Brasil foram destinados mais de R$ 50 milhões para a criação de novos produtos, e a empresa conta com uma equipe de engenharia composta por cerca de 130 profissionais.

No centro técnico, localizado em Guarulhos (SP), o investimento de R$ 8,8 milhões tornará esse laboratório um hub de inovação e desenvolvimento tecnológico na América Latina, sendo habilitado e reconhecido até o fim de janeiro de 2025 pelos órgãos reguladores dos Estados Unidos, como o Conselho de Recursos Atmosféricos da Califórnia (CARB) e a Environmental Protection Agency (EPA).

A receita da companhia atingiu US$ 34,1 bilhões no ano passado, crescimento de 21% sobre 2022. “A Cummins tem apresentado uma performance financeira robusta, com um retorno sobre as vendas de 15,3%, resultando em um lucro antes dos impostos, depreciação e amortização de US$ 5,1 bilhões”, comentou Risi.

Metas para 2030

A Cummins elevou suas metas para 2030. Em seu negócio principal, que inclui todos os produtos vendidos atualmente que não são de zero emissões, as vendas projetadas de US$ 39 bilhões foram ampliadas para US$ 42 bilhões em receita para 2030

“O desafio é gigante, pois a companhia tem o compromisso de gerar mais de US$ 35 bilhões em caixa de 2022 até 2030, para conseguir investir no desenvolvimento de novas tecnologias. Para alcançar esse objetivo, é fundamental manter o crescimento da lucratividade”, afirmou Risi.

Para a Cummins como um todo, a estimativa de receita aumentou de US$ 43 bilhões para US$ 48 bilhões em 2030 e a geração de caixa passou de US$ 34 bilhões para US$ 36 bilhões.

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