Com uma frota de mais de 388 mil veículos em circulação, que transporta mensalmente mais de 262 milhões de pessoas nas maiores capitais do país, o ônibus não é apenas um meio de transporte, mas faz parte da vida de todos, correspondendo a 85% do transporte coletivo. Mesmo exercendo um papel fundamental na vida de tantos brasileiros o setor tem sofrido diretamente os impactos das oscilações econômicas, segundo avaliação de Roberto Cortes, presidente e CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus.
“As projeções indicam que o mercado deve ficar abaixo do ritmo de 15 anos atrás, que estava situado ao redor de 30 mil unidades, e este ano deve fechar com 22 mil unidades, seguindo as projeções da Anfavea”, disse Cortes em coletiva de imprensa realizada na Lat.Bus.
Cortes destacou que, embora as perspectivas sejam de recuperação, ainda estamos bem aquém de onde o setor merece estar para a oferta de um transporte público de qualidade para a sociedade. “Estamos falando em número do Brasil, mas a realidade não difere se olharmos para toda a América Latina. Temos observado, por exemplo, o gradativo aumento da idade da frota ultrapassando 11 anos no Brasil, o que tem se agravado com as crises enfrentadas nos últimos 10 anos.”
Segundo Cortes, para que o setor possa reagir e reverter esse quadro, precisamos garantir fatores macroeconômicos que influenciam diretamente na disposição de investir pelas empresas de transporte. “Costumo dizer que o PIB é o que move o nosso setor. Então, precisamos vê-lo voltar a crescer a taxas maiores e, com a estabilidade de inflação, nos levaria a tendência de queda de juros e melhoria no cenário de crédito.”
Em relação ao setor, o que contribui para esse panorama de retomada, segundo Cortes, são as novas licitações do programa Caminho da Escola, a oferta de aportes e subsídios pelo governo ao transporte público, assim como incentivo para a retomada do turismo rodoviário. “O setor, sem dúvida nenhuma necessita de atenção e neste sentido o que mais precisa ser feito é o incentivo contínuo à expansão do programa Caminho da Escola – inclusive para centros urbanos –, impulsionar o PAC Seleção, garantir um programa perene de renovação de frota e incentivos para a transição energética, como por exemplo, altos investimentos em infraestrutura. Com estas medidas, o cenário é bastante promissor. Conseguiríamos uma recuperação pujante do nosso setor, retomando aos patamares históricos”, disse Cortes.
O presidente da Volkswagen ressaltou que as projeções para este ano já indicam um crescimento e ele acredita que há potencial de recuperação ainda maior para os próximos anos.
A Volkswagen tem feito a sua parte
“Olhando para dentro de casa, temos feito a nossa parte e com isso ocupamos cada vez mais espaço na modernização das frotas no Brasil e da América Latina”, destacou Cortes. “Temos vistos com muita alegria a nossa participação de mercado crescer mês a mês e nos próximos dias a Anfavea deve confirmar o markert share da Volksbus em patamares ainda maiores. Da mesma forma temos intensificados nossos investimentos para a internacionalização da linha Volksbus.”
Cortes lembrou do início da produção dos ônibus Volkswagen na Argentina. “Com isso totalizamos cinco linhas de montagem dos veículos Volkbus pelo mundo distribuído em cinco países por três continentes, de forma a consolidar a nossa presença internacional. Tudo isso nos permite hoje comemorar com vocês o marco de 40 mil ônibus VW exportados ao longo da nossa história, história essa que celebra outro grande momento, superamos a marca de 180 mil unidades do ônibus Volksbus produzidas desde 1993. São milhões de quilômetros percorridos transportando pessoas e sonhos. Nada disso se conquista sem esforço”, ressaltou o presidente e CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus.