Sonia Moraes
Technibus – Qual a sua previsão para o mercado de ônibus?
Ricardo Portolan – A nossa expectativa, sem considerar o Caminho da Escola, é que o mercado de ônibus cresça em torno 10% neste ano. Estamos aproximando da metade do ano e olhando para o segundo semestre vemos que é um número bastante factível que ocorra.
Technibus – Por que o Caminho da Escola não está neste crescimento?
Ricardo Portolan – Com mais de 15 mil ônibus licitados, a expectativa era de que o Caminho da Escola trouxesse um incremento de até 40% para o mercado de ônibus, chegando a 28 mil unidades neste ano, volume significativo em relação às 20 mil unidades do ano passado. Mas, a quantidade de adesões ao programa está abaixo do esperado e o crescimento deve ficar em torno de 20% a 30%.
Technibus – Por que o volume do Caminho da Escola está abaixo do esperado?
Ricardo Portolan – Tem alguns fatores, um deles é a morosidade do repasse dos recursos do ministério da educação para as prefeituras, seja de forma direta por meio do programa, ou indireta, o que gera um volume de adesões e contratações menores do que estava programado.
Technibus – O Caminho da Escola deve fechar com quantos ônibus neste ano?
Ricardo Portolan – É difícil prever, mas não chega aos 80% do total licitado neste ano.
Technibus – Qual é a participação da Marcopolo no Caminho da Escola?
Ricardo Portolan – No Caminho da Escola, a Marcopolo tem 52% de participação com as marcas Volare e Neobus. A empresa venceu a licitação com 5.600 carrocerias Neobus em parceria com Volkswagen, e com 2.120 com a Volare.
Technibus – E no mercado de ônibus?
Ricardo Portolan – No mercado de ônibus, a participação é de 55% no primeiro quadrimestre, incluindo as três marcas Marcopolo, Neobus e Volare.
Technibus – Para o segmento rodoviário, qual a sua previsão?
Ricardo Portolan – Para o segmento rodoviário, está mantida a estimativa de 10% de crescimento em relação ano passado. A nossa carteira de pedidos está no terceiro trimestre e a expectativa é de que no quarto trimestre, que historicamente tem maior demanda, mantenha o bom ritmo.
Technibus – Como deverá fechar o mercado de fretamento?
Ricardo Portolan – O mercado de fretamento terá estabilidade de volumes neste ano, porque na pandemia foi o único segmento que cresceu e tem se mantido estável nesses anos pós pandemia porque a indústria que movimenta este setor – de mineração e o agronegócio – está aquecida. Além disso, as empresas têm procurado manter a frota renovada para garantir a segurança dos funcionários.
Technibus – E o mercado de urbanos?
Ricardo Portolan – O mercado de urbanos também tem perspectiva de crescer 10% neste ano. Isso devido à retomada do setor depois da pandemia, com a volta de mais passageiros ao sistema, e pela necessidade de renovação de frota porque muitas cidades já passaram da idade média histórica, que avançou durante a pandemia. Há ainda o PAC Seleções, que prevê a renovação de frota com ônibus elétricos e a diesel em 61 cidades, que foram selecionadas para este programa. São 5.311 ônibus – 2.529 ônibus elétricos e 2.782 movidos a diesel.
Technibus – E o de micro-ônibus?
Ricardo Portolan – O micro-ônibus também tem perspectiva de crescimento neste ano pelo fato de ser usado em vários segmentos. No fretamento, o micro segue o mesmo movimento dos ônibus maiores. E no urbano, tende a crescer porque durante a pandemia houve redistribuição de linhas, o que levou a um aumento dos veículos em linhas com número menor de passageiros, o que fez esse mercado crescer.
Technibus – Qual a expectativa para a Lat.Bus 2024?
Ricardo Portolan – A Lat.Bus 2024 acontece no ano da comemoração de 75 anos da Marcopolo. Vamos aproveitar este evento para apresentar ao mercado nossos lançamentos, entre eles o Viaggio 1050. Os demais produtos que estarão lá, ou serão novidades ou terão itens de inovação.