Mercado de ônibus tem perspectiva positiva, mesmo com queda em janeiro

A expectativa de maior volume de ônibus emplacados neste ano está atrelada ao programa Caminho da Escola e às eleições municipais, que devem aquecer a demanda por modelos urbanos, segundo a Anfavea

Sonia Moraes

O mercado de ônibus começou janeiro de 2024 com queda de 32,8% nas vendas, 1.151 veículos emplacados no país, em relação ao mesmo mês do ano passado (1.714 unidades) e de 22,2% sobre dezembro de 2023 (1.479 unidades). A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) atribuiu essa retração ao grande volume de veículos Euro 5 que foram emplacados no início do ano passado por causa da antecipação de compras realizadas no fim de 2022, devido a mudança na legislação de emissões do Proconve, de P7 (Euro 5) para P8 (Euro 6).

“Apesar da queda de 32,8% no emplacamento em janeiro de 2024, vamos ter um crescimento do setor de ônibus neste ano. Já começamos a ter o impacto de algumas licitações, algumas compras pelo poder público e no segundo semestre começará a ter o efeito do programa Caminho da Escola e deve ter uma melhora nestes números”, disse Marcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

Vinicius Pereira, economista da Anfavea, destacou as boas expectativas que há para o setor de ônibus com as eleições municipais, que devem aumentar a demanda por modelos urbanos. “Para o segmento de ônibus, o tempo de emplacamento após a produção demora mais e isso é natural devido ao tipo de produto que tem um período para finalizar o encarroçamento”, explicou Aguiar e destacou que em janeiro deste ano 2,8% dos ônibus emplacados foram produzidos em 2024, enquanto a média histórica é de 2,2% e em janeiro de 2023 foi de 0,1%. Isso mostra a retomada deste segmento.”

Ranking –

No ranking de vendas de janeiro de 2024, a liderança ficou com a Mercedes-Benz, com o emplacamento de 580 ônibus no mercado brasileiro, 11,5% a menos do que no mesmo mês de 2023 (655 unidades). O segundo lugar ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que vendeu 276 veículos, 37% abaixo de janeiro do ano passado (438 unidades), e o terceiro com a Agrale, que comercializou 167 veículos, 59,7% inferior ao mesmo mês de 2023 (414 unidades).

Na sequência, está posicionada a Iveco que vendeu 60 ônibus em janeiro deste ano, 114,3% acima do mesmo mês do ano passado (28 unidades); a Volvo com 34 veículos, 72,4% a menos do que janeiro de 2023 (123 unidades). A Scania vendeu 33 ônibus, aumento de 6,5% sobre o primeiro mês de 2023, cujas vendas somaram 31 unidades.

Produção-

A sinalização de uma retomada consistente para o mercado de ônibus neste ano começa a refletir na produção que apresentou um crescimento de 104,1% em janeiro, com 1.596 unidades, ante os 782 veículos fabricados no mesmo mês do ano passado, e de 26,9% em relação a dezembro de 2023, quando o total produzido foi de 1.258 unidades.

Do total de ônibus produzidos em janeiro deste ano, 1.332 são modelos urbanos, volume que foi 86,8% maior que janeiro do ano passado (713 unidades) e 37,2% acima de dezembro de 2023 (971 unidades).

De modelos rodoviários, foram produzidos 264 unidades em janeiro, 282,6% a mais que em janeiro do ano passado (69 unidades) e 8% abaixo de dezembro de 2023 (287 unidades, segundo a Anfavea.

Exportação –

A exportação de ônibus registrou retração de 61% em janeiro, com 113 unidades, ante os 290 veículos exportados no mesmo mês do ano passado, e de 72,8% sobre dezembro de 2023 (415 unidades). Foram exportados 83 modelos rodoviários e 30 urbanos no primeiro mês deste ano.

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