Érico Moraes é o novo CEO da Transdata

O executivo, que tem ampla experiência no segmento, tem o desafio de apoiar o crescimento da Transdata, fortalecendo posição da empresa no mercado internacional com soluções completas de ITS

Márcia Pinna Raspanti

A Transdata anuncia Érico Moraes como seu novo CEO. Paulo Tavares, que ocupava o cargo até então, vai passar a cuidar da Holding de Participações do grupo, a Atlas, que reúne as empresas: Transdata, Busplus, Sigo, Atlas e Plenatech.  Moraes foi fundador e CEO da Empresa1, que deixou há cerca de dois anos, e também atuou como consultor do Grupo Volaris.

Érico Moraes chega para dar apoio ao crescimento acelerado da Transdata nos últimos anos. “Venho para contribuir com uma empresa que já é forte e estável no mercado, mas que tem o desafio de crescer sem comprometer o alto nível de atendimento e de produtos que a caracteriza. Minha missão é colaborar na organização interna para suportar esse avanço, aprimorando ainda mais a gestão”, comenta em entrevista exclusiva à Technibus.

O executivo destaca que recentemente a Transdata passou para o segundo lugar em market share no Brasil. “Queremos continuar a crescer interna e externamente e manter essa melhoria contínua nos processos e no atendimento. Vamos fortalecer a área comercial e fazer os ajustes necessários para o cenário atual. A Transdata tem clientes de porte pequeno e grande, e temos que valorizar essa trajetória, mesmo em uma fase de expansão”, acredita.

Paulo Tavares também comenta as mudanças na organização. “Desde quando comecei a empresa, ainda com o nome de Cartão Prata, minha ideia sempre foi ter uma gestão profissionalizada, como a gente vê em grandes empresas. Nesses 30 anos atravessamos muitas turbulências, mas hoje vejo que a empresa está madura e que o crescimento dela, com a criação ou compra de novas empresas, é um desafio todo novo e que quero enfrentar.”

Além do foco no mercado nacional, a Transdata quer ampliar sua atuação em outros países da América Latina, inclusive com a abertura de filiais futuramente. “Há muitas oportunidades em países como Equador, México, Chile e Colômbia, entre outros, tanto em bilhetagem eletrônica quanto em gestão de frotas. São mercados importantes e próximos, com uma realidade parecida com a brasileira. Uma das minhas missões na Transdata é organizar essa abertura do processo internacional”, detalha Moraes.

O executivo observa que o México, por exemplo, é um país com muitas oportunidades. “É o mercado que deve chamar mais investimentos e devemos chegar até ele nos próximos anos. Eles contam com sistemas BRT (Bus Rapid Transit) muito avançados e modernos, mas no transporte intermunicipal ainda há muito que avançar. Como o transporte coletivo ainda está relativamente atrasado em comparação ao Brasil, estamos bastante atentos às oportunidades.”

A Transdata já tem um projeto implementado em Angola, na África, há mais de quatro anos, mas não tem planos imediatos de ampliar sua atuação no continente africano. “Vamos fortalecer nossa presença em Angola. É um projeto importante, já em pleno funcionamento, mas que ainda tem desdobramentos”, conta.

Para o Brasil, a estratégia da empresa é crescer ainda mais. “A Transdata tem um diferencial, pois oferece a solução completa e totalmente integrada, e isso é um conceito que sempre defendi. A possibilidade de o cliente ter um fornecedor único facilita demais a vida do empresário do setor. O portfólio da empresa é amplo e abrange todas as necessidades das empresas, com produtos para o segmento urbano, rodoviário, escolar, gestão de frota, arrecadação, incluindo softwares e hardwares”, destaca.

Moraes conta que a empresa vai se concentrar na comercialização dos produtos desenvolvidos e que já estão disponíveis. No ano passado, a Transdata apresentou novos dispositivos que ampliam a família Atlas, primeiro ITS-as-a-Service do Brasil, plataforma que roda em nuvem e centraliza toda a gestão das soluções de bilhetagem, biometria facial, monitoramento, controle operacional, telemetria e informações aos passageiros e que tem o multifuncional AtlasBox como hub embarcado.

O AtlasMini foi desenvolvido para ser acessível e elevar a capacidade de adaptação do sistema de bilhetagem, atendendo aos diferentes modelos de arrecadação utilizados em diversos países. Além disso, promove cada vez mais a digitalização do sistema, para validar tarifas georreferenciadas ou a instalação de diversos leitores para cada porta de saída e ainda em sistemas sem catracas, como visto em VLT. A solução atua conjuntamente com o AtlasBox, o multifuncional embarcado que integra todos os equipamentos a bordo às plataformas de controle e gestão. “Queremos expandir o uso do Atlas Mini”, diz Moraes.

Uma novidade prevista para os próximos meses é uma solução de gestão de frota desconectada da bilhetagem eletrônica, tendo como objetivo os outros mercados latino-americanos. “Iremos adaptar uma ferramenta que traga o GPS para fora do validador porque em muitos países, diferentemente do Brasil, há licitações separadas para o sistema de bilhetagem eletrônica e de gestão de frota ou telemetria”, explica.

Engenheiro eletrônico, formado na FEB (Faculdade de Engenharia de Barretos/ SP), especializado em automação pela Unicamp, Érico Moraes atuou como professor universitário na FEB nas cadeiras de microcontrolador e engenharia Industrial, e como vice-presidente no IBT (Instituto Barretos de Tecnologia) desenvolvendo soluções de hardware para automação de células de produção de carros e caminhões na General Motors, Autolatina, Mercedes e Fiat. Em 1997 fundou Empresa 1, onde trabalhou três anos como diretor técnico, dez anos como diretor comercial e 12 anos como diretor-executivo (CEO), cargo que ocupou até março de 2022.

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