Estudo Nacional de Mobilidade Urbana foi discutido no último dia da Arena ANTP

Anunciado pelo BNDES e o ministério das Cidades, o estudo busca mapear as necessidades em regiões metropolitanas e constituir a base para projetos de transporte público coletivo

Alexandre Asquini

O Estudo Nacional de Mobilidade Urbana anunciado na véspera pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o ministério das Cidades para melhorar as condições de deslocamento em 21 regiões metropolitanas com mais de um milhão de habitantes foi examinado no último dia da Arena ANTP – Congresso de Mobilidade, que terminou nesta quinta-feira, 26 de outubro, em São Paulo. O secretário nacional de Mobilidade Urbana, do ministério das Cidades, Denis Andia, participou do encontro. 

O governo estima que o déficit de investimentos em transporte público de média e alta capacidade seja superior a R$ 360 bilhões. O estudo a ser realizado deverá propiciar o mapeamento das necessidades em regiões metropolitanas e constituir a base para projetos de transporte público coletivo, com ênfase na melhoria da qualidade dos serviços e na redução das emissões de poluente.

A Arena ANTP é o congresso bienal da Associação Nacional de Transportes Públicos, realizado desde 1978. Em 2019 e neste ano (em 2021 não houve, devido à pandemia), o congresso contou com apoio da OTM Editora e organização da MF – Marcelo Fontana Promoções e Eventos.

Nesta edição, o encontro atraiu mais de três mil participantes – um público qualificado, composto por dirigentes e especialistas da indústria dos transportes públicos, empresários, representantes de órgãos públicos, gestores técnicos, universidades, entidades não governamentais, acadêmicos e estudantes.

O presidente da ANTP, Aílton Brasiliense Pires, afirmou estar satisfeito com o resultado do congresso. Vários participantes destacaram amplitude temática do encontro, com aprofundamento do debate de assuntos que ganharam relevância após a pandemia.

Nove painéis trataram da questão da transição energética nos transporte público urbano, incluindo alternativas tecnológicas e saídas para promover o financiamento dessa mudança, com apoio e a participação de bancos de fomento do Brasil e do exterior. Os ônibus elétricos apresentados junto aos estandes da área de exposição evidenciavam que a indústria brasileira tem trabalhado para não perder terreno nessa questão.

Esteve em pauta a evolução do Marco Legal do Transporte Público, objeto de duas propostas legislativas, uma em tramitação no Congresso e outra em fase final de elaboração no governo federal. Também foi abordada a retomada do transporte ferroviário de passageiros de longa distância, em especial com o Trem Intercidades, ligando São Paulo a Campinas, que, segundo o governo paulista, terá seu leilão em 29 de fevereiro de 2024.

Três painéis foram dedicados ao debate da questão metropolitana, incluindo governança e transporte. Outros temas foram: tecnologia aplicada aos sistemas de transporte; acessibilidade, mobilidade ativa (caminhada e deslocamento com bicicleta), inclusão e ética no transporte público urbano, e a questão da segurança viária.

Como é tradicional, a Arena ANTP – Congresso de Mobilidade abriu espaço para a apresentação de trabalhos técnicos sobre temas de mobilidade urbana, desenvolvidos por pesquisadores e técnicos do setor.

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