Crescimento constante e novos horizontes

Banco Luso Brasileiro quer ampliar sua atuação na região norte do país e aproveitar as oportunidades que surgem no agronegócio e em outros setores da economia que estão aquecidos

Márcia Pinna Raspanti

O Banco Luso Brasileiro se prepara para expandir as suas operações em outros mercados, além do transporte coletivo, segmento em que é uma referência e concentra 65% de seus ativos. “Nos três últimos anos, tivemos um crescimento substancial, passando de R$ 1,1 bilhão em carteira para R$ 2,1 bilhões. Evoluímos muito, principalmente em governança corporativa e na profissionalização de nossos quadros”, informa Francisco Ribeiro, presidente do banco.

Ribeiro afirma que o banco disponibiliza todos os produtos necessários para as empresas de transporte, mas também para outros segmentos. “Temos vários produtos voltados para esse setor, atendendo a todas as necessidades dos empresários. Atuamos também no middle market, oferecendo operações sob medida para cada empresa, com uma série de produtos como câmbio pronto, ACC (adiantamento sobre contrato de câmbio), ACE (adiantamento sobre cambiais entregues) e Finimp (financiamento à importação), capital de giro. Nosso portfólio é completo.”

O presidente do Banco Luso conta que tem feito muitas viagens pelas regiões norte e centro-oeste do Brasil, sempre em busca das novas oportunidades que surgem. “Estamos atentos principalmente em relação ao agronegócio, que deve superar os 7% de crescimento neste ano e vai continuar a crescer bem acima do PIB do país. Toda a cadeia produtiva que envolve o agro é muito forte. Somos um banco múltiplo e queremos sempre ampliar a nossa presença em outras regiões e mercados”, comenta.

Na avaliação de Ribeiro, a economia passa por dificuldades, mas as oportunidades existem, basta olhar para as necessidades dos clientes e sempre buscar evoluir na linha de produtos. “As crises vão e vem. No Brasil, podemos ter um ou dois anos de calmaria, mas logo chegam as crises. Vamos continuar a trabalhar e a crescer, apresentando resultados positivos. É uma questão de ter estratégias diferentes para aplicar em momentos diferentes”, acredita. O executivo também diz que o Banco Luso Brasileiro deve apresentar novos produtos nos próximos meses, mas ainda não pode adiantar mais detalhes.

Mobilidade –

Em relação ao transporte público, Ribeiro diz que o setor evoluiu muito nos últimos anos. “O setor mudou para melhor. Em São Paulo, que acaba sendo uma vitrine para o Brasil, a remuneração dos operadores passou a ser feita por meio de uma planilha de custos. Antes, era por passageiro transportado. Assim, o poder público pode fazer uma avaliação muito mais completa do serviço prestado. E agora, o restante do país também está se adaptando a esse modelo de contrato, o que é positivo. Cito o exemplo de Manaus (AM), que seguiu essa linha”, avalia.

Outro aspecto positivo, na visão de Ribeiro, é a ampliação do número de cidades que passaram a oferecer subsídio ao transporte, após a pandemia de covid-19. “Eram poucas cidades que subsidiavam o transporte, e São Paulo era uma delas. As prefeituras entenderam a necessidade desta medida e muitas passaram a adotar. Vivemos um momento favorável com o novo governo, pois o ministério das Cidades está olhando a questão da mobilidade com muita atenção, o que traz benefícios ao transporte público”, observa.

Segundo Ribeiro, o Banco Luso Brasileiro está presente em todos os grandes negócios ligados ao transporte público que foram realizados nos últimos anos. “Temos um case interessante em Manaus, em que participamos do financiamento para a aquisição de mais de 200 ônibus. Também participamos da renovação de frotas de várias outras cidades como Cuiabá (MT) e São Paulo. As operadoras trabalham de forma contínua, mantendo a idade média da frota de acordo com as exigências contratuais. Sem contar, que veículos velhos trazem custos adicionais.”

O Banco Luso Brasileiro tem como acionistas a da RC Participações e o Grupo Amorim (português). “A RC Participações tem como sócios as famílias Ruas e Cunha, tradicionalmente ligadas ao setor de transporte por ônibus”, lembra Ribeiro.

Grupos acionistas –

O faturamento global das empresas que constituem o Grupo Américo Amorim (GAA) ultrapassa R$ 85 bilhões. O conglomerado conta com mais de 15 mil colaboradores, distribuídos por diversos setores de atividade, como de energia, financeiro e imobiliário. O grupo tem investimentos relevantes no Brasil, para os quais mantém expectativas muito positivas. Além do Banco Luso Brasileiro, controla a Galp, detentora de 70% da Petrogal Brasil. A empresa possui presença expressiva no pré-sal brasileiro. O grupo possui outros investimentos na área financeira.

A R.C. Participações é formada pela APMR Investimentos e Participações e VT Cunha Participações, que atuam ativamente no mercado de transporte coletivo da cidade de São Paulo. O grupo é composto por várias empresas no segmento de transportes, indústrias e serviços, tem mais de 20 mil colaboradores e o faturamento global ultrapassou R$ 3,5 bilhões.

Controladores da Caio Induscar, são líderes na produção de carrocerias para ônibus no país, e atuam em todos os continentes com a venda destes produtos. No final de 2017 adquiriram os ativos da Busscar, empresa de Santa Catarina. Ao todo são três fábricas, sendo duas em Joinville, sede da companhia.

Também participam de negócios internacionais, como do Banco Carregosa de Portugal, em parceria com o Grupo Amorim. Os outros empreendimentos no Brasil incluem: Fiberbus (responsável pela fabricação de peças de fibra de vidro), Inbrasp (plásticos de engenharia para o setor automotivo), TecGlass (indústria e comércio de vidros), CPA (Centro de Processamento de Alumínio), GR3 (Distribuidora de Alumínio), CEAC (Centro Administrativo Caio), Via Quatro (responsável pela Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo), Move São Paulo (responsável pela Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo) e Otima (instalação e manutenção dos abrigos de ônibus da cidade de São Paulo).

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