Sonia Moraes
A Dana, tradicional fabricante de componentes para veículos pesados, pretende quadruplicar sua participação no mercado de reposição na América do Sul até 2025, onde o Brasil tem grande participação. Este segmento a matriz nos Estados Unidos deixou de investir em 2004, quando decidiu vender essa divisão para o Affinia Group Inc. para focar nas vendas diretas para as montadoras.
Depois de retomar os negócios de reposição em 2017, a empresa vem aumentando participação neste mercado. De 2019 a 2022, o crescimento chegou a 78% e em 2023 espera crescer 45%, alcançando em 2025 aumento de 280% neste setor. “A meta é ganhar participação com foco nos produtos que têm destaque no Brasil”, disse Marcelo Rosa, head para o aftermarket na América do Sul, na Automec.
Para crescer no segmento de reposição, a empresa traz ao mercado brasileiro a nova linha de juntas Victor Reinz importada da Alemanha, que foi apresentada na Automec. Esse produto é para veículos pesados e utilitários com motores a diesel: os caminhões DAF XF, Iveco Strallis e Hi-Way, o MAN/VW TGX e Constellation, Mercedes-Benz Axor e Actros, Scania S-500 e 124 e o Volvo FH. E os utilitários Citroën Jumper, Fiat Ducato, Ford Transit, Iveco Daily, Mercedes Sprinter, Peugeot Boxer e Renault Master.
Da marca Spicer a novidade é a linha de lubrificantes para eixos diferenciais e de rolamentos para picapes, veículos pesados e fora-de-estrada (máquinas de construção, mineração e agrícola). Segundo Rosa, do total de peças de compõem o portfólio de reposição, de 50% a 60% são importadas.
No mercado de reposição, a Dana tem 78% de participação em veículos pesados, 6% em veículos leves, 6% em peças para motores e 10% nos veículos fora de estrada. A empresa conta com 230 grupos de clientes, 600 pontos de vendas, 35 linhas de produtos e 10 mil part numbers de peças. Do total de vendas no país, 81% são para o mercado independente e 19% para as concessionárias.
Na América do Sul, a Dana tem fábricas no Brasil, Argentina, Colômbia e Equador que empregam cerca de cinco mil pessoas. No Brasil, onde está presente há 75 anos, tem operações em Gravataí (RS), Campinas, Jundiaí, Limeira e Sorocaba (SP), que atendem as montadoras de veículos pesados e de picapes. Em 2022 as vendas da empresa no país representaram 79,6% do total US$ 851,9 milhões registrados na América do Sul e o mercado de reposição representou 7%.
Elétricos
Para o segmento de veículos elétricos, a Dana mantém em sua fábrica de Sorocaba o seu Centro de Desenvolvimento onde estão sendo criados novos projetos em parceria com as montadoras. “Temos tecnologias para ajudar na descarbonização dos veículos, pois a eletrificação está mais evoluída na Europa e aqui no Brasil haverá muitas etapas para reduzir as emissões até chegar ao veículo totalmente elétrico”, ressaltou o responsável pelo aftermarket da Dana na América do Sul.