Deomar Assunção, CEO da Squad: “Esperamos dobrar de tamanho no próximo ano. Desde o início deste ano, já crescemos 60%. É um mercado muito promissor, que não existe neste modelo como uma solução completa”

“Damos uma verdadeira consultoria para os organizadores dos eventos, fazemos todo o planejamento logístico, além do transporte”, comenta o executivo

Technibus – Como funciona a Squad e qual o seu papel dentro do Grupo Águia Branca?

Deomar Assunção – O Grupo Águia Branca já estava em um processo de digitalização antes do início da pandemia, mas isso se acelerou. O sucesso da Águia Flex, dentro da divisão de passageiros do grupo, levou a empresa a criar a Squad Viagens. Tínhamos a ideia de fazer o lançamento em fevereiro de 2020, mas com a chegada da pandemia, recolhemos o “trem de pouso”, como se diz. A Squad conecta organizadores de eventos, empresas, agências de viagens e clientes finais, atuando em eventos corporativos, lazer, entretenimento e turismo. É uma plataforma digital que conecta o cliente ao ônibus ou van, em qualquer lugar do Brasil. Para isso, utilizamos a frota da Águia Branca e de diversos parceiros em todo o pais, que são homologados e precisam estar de acordo com o nosso padrão de qualidade. Contamos com um aplicativo instalado no celular dos motoristas que monitora toda a viagem, permitindo a avaliação do modo de condução e também possibilitando respostas rápidas em caso de qualquer eventualidade.

Technibus – Como tem sido o trabalho com as empresas parceiras? A Squad tem frota própria?

Deomar Assunção – Já realizamos diversos eventos com parceiros. O Lollapalooza é um bom exemplo. Foram mais de 400 ônibus, entre vans e ônibus, com vários parceiros. Como era um evento muito grande, montamos um centro de controle operacional (CCO) em São Paulo, para monitorar tudo. E foi um sucesso, apesar da chuva que caiu no primeiro dia. Fizemos também o transporte executivo oficial Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1. Foi bem menor, com cerca de 30 ônibus, mas também com empresas parceiras. No mercado corporativo, fizemos o transporte de 4,1 mil funcionários da MRS provenientes de diversos estados do Brasil para Juiz de Fora (MG), com cerca de 100 ônibus. Já fizemos muitos outros eventos, estes são apenas exemplos. E também atendemos grupos pequenos, como uma família que vai fazer alguma comemoração e quer garantir o transporte dos convidados, por exemplo. Focamos na customização das viagens, e a tecnologia é fundamental para isso.

A Squad tem alguns veículos próprios, mas não é a intenção da empresa funcionar com aquisição de ativos. Já temos a estrutura do Grupo Águia Branca e tecnologia para garantir a segurança da operação com parceiros. A aceitação dos nossos serviços tem sido muito grande e a chancela da Águia Branca contribui bastante para isso. Damos uma verdadeira consultoria para os organizadores dos eventos, fazemos todo o planejamento logístico, além do transporte.

Technibus – E como a Squad atua no setor de turismo?

Deomar Assunção – Na Squad Viagens utilizamos o conceito de circuito rodoviários. Quem vende o produto são as agências de viagens, um pacote completo, com guia turístico, motorista treinado e toda a infraestrutura necessária. Neste primeiro momento, estamos focando em São Paulo, para ser um modelo de serviço. São viagens que saem da capital paulista para destinos como Beto Carrero World, em Santa Catarina; cidades históricas de Minas Gerais; e o chamado Circuito Europeu, no sul do Brasil. No segundo semestre de 2023, ampliaremos os destinos para a região nordeste e nos países da América do Sul como Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai.

Technibus – Como o senhor avalia o mercado de turismo? Qual a expectativa de crescimento da Squad?

Deomar Assunção – Enxergamos uma janela de oportunidade em 2022, com o reaquecimento do turismo nacional. Após o período de isolamento causado pela pandemia, o alto valor das passagens aéreas e a melhora nas estradas brasileiras estão trazendo aumento de demanda no transporte rodoviário. Já estamos com boas expectativas para o final do ano e para o Carnaval. As agências de viagens ainda não estão acostumadas com esse modelo de circuito rodoviário, muito usado na Europa, mas já estão enxergando as oportunidades nesse segmento.

Esperamos dobrar de tamanho no próximo ano. Desde o início deste ano, já crescemos 60%. É um mercado muito promissor, que não existe neste modelo como uma solução completa.

Veja também

Por