Márcia Pinna Raspanti
A partir de 17 de outubro, as operadoras do transporte público da capital paulista não poderão mais adquirir ônibus movidos a diesel por determinação da SPTrans. Os ônibus a diesel que estão em circulação poderão continuar em operação até o fim de sua vida útil. A medida foi divulgada em uma circular elaborada pela superintendência de contratos do sistema de transporte.
O objetivo é aumentar o número de veículos elétricos que compõem a frota da cidade para que, até 2024 quando termina a atual gestão do prefeito Ricardo Nunes, a cidade conte com 2,6 mil veículos movidos a energia elétrica no transporte público.
“A prefeitura de São Paulo, por meio da SPTrans, informa que a prioridade da gestão municipal, com a nova circular, é realizar o cumprimento da Lei de Mudanças Climáticas e da meta de que a frota de ônibus tenha, no mínimo, 20% de veículos elétricos até o fim de 2024, já que esta é a tecnologia que mais atende os objetivos de redução de poluentes na atualidade”, diz a nota enviada pela SPTrans à Technibus.
A cidade de São Paulo conta hoje com 219 ônibus elétricos, sendo 201 trólebus e 18 movidos a bateria. Ainda segundo a nota, os ônibus que já estão em circulação não serão retirados da frota. “A determinação, que vale a partir desta segunda-feira (dia 17/10) trata da inclusão de veículos por parte das concessionárias, responsáveis pela compra de novos ônibus, para que a renovação de sua frota seja feita somente com elétricos a partir de agora, para atender à Lei Municipal 16.802/2018.”
A medida não se aplica aos “miniônibus”, uma vez que “o mercado ainda não oferece a tecnologia elétrica para veículos de menor capacidade e dimensão”, e um cronograma específico será disponibilizado para que as empresas possam se planejar para a substituição desses veículos.
Operadoras –
A determinação pegou os empresários de surpresa. “As empresas sabem de suas responsabilidades estipuladas em contrato com relação às determinações da Lei de Mudanças Climáticas. Mas não tinham conhecimento desta circular, nem de que a compra de modelos a diesel seria proibida desta forma”, diz Francisco Christovam, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de
São Paulo (SPUrbanuss) e da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
Segundo Christovam, ficam muitas dúvidas em relação à determinação da prefeitura. “Por exemplo, e os veículos já adquiridos pelas empresas e que estão em produção? Afinal, as operadoras do sistema de transporte público de São Paulo renovam cerca de 120 ônibus por mês”, questiona.
“No momento, os empresários estão em reunião, discutindo como proceder. Estamos lidando com essa determinação do poder público. A minha expectativa é de que a circular seja explicada e que sejamos informados do que deve ser feito”, completa Christovam.