Technibus – O PIX já se tornou uma realidade como alternativa de pagamento para os passageiros no transporte público brasileiro ou ainda está restrito a cidades maiores e capitais?
Marcionílio Sobrinho – O PIX já é realidade em todo o país. O Banco Central concluiu que 49 milhões de pessoas passaram a fazer transferências eletrônicas após a criação do PIX. Esse contingente não fazia esse tipo de operação anteriormente. O maior porcentual de inclusão financeira foi alcançado na região norte do país. Os dados fazem parte do boxe publicado no Relatório de Economia Bancária (REB) de 2021. Esta é uma boa notícia para o setor de transporte público, pois mostra que a ferramenta já faz parte do cotidiano dos nossos clientes, o que significa que não precisamos educá-lo sobre como usar.
Technibus – Quais as vantagens para os operadores em disponibilizar o PIX para pagamento de tarifa?
Marcionílio Sobrinho – Além de beneficiar o cliente e deixar o serviço mais acessível e atraente, do ponto de vista operacional e de negócios, as principais vantagens de se adicionar o PIX como forma de acesso ao crédito do transporte são o recebimento instantâneo dos valores pelo operador e a redução de custo operacional da venda. Como o PIX é um meio de pagamento totalmente digital, ele ajuda a diminuir as transações em dinheiro — receber e transportar dinheiro em espécie custa caro e agrega risco. Dessa forma, a digitalização da venda de recarga com o PIX, aliada ao baixo custo e liquidez, são benefícios muito relevantes para os operadores de transporte.
Technibus – De que forma as empresas podem incluir o PIX em seu ‘menu’ de opções de pagamento? Isso depende de tecnologias mais onerosas para o operador?
Marcionílio Sobrinho – A principal aplicação do PIX no transporte público é para a recarga de cartões de transporte ou compra de ticket e pode ser disponibilizado como um novo meio de pagamento em todas as interfaces de venda da plataforma de bilhetagem da Empresa 1, permitindo a transferência de valor referente aos créditos adquiridos diretamente para a conta do operador, de forma rápida. A inclusão desta modalidade não depende necessariamente de novas tecnologias, mas quando associada a validadores on-line (família SPX700) e ao aplicativo do usuário (Si.Go) o valor percebido pelo cliente é muito maior, pois além de escolher o meio de pagamento, no caso o PIX, ele também terá vantagens de poder fazer a compra no aplicativo e receber a recarga em poucos minutos ou gerar um ticket para uso quase imediato. Quando quebramos barreiras para os clientes o serviço fica mais atraente e competitivo. Pensando nesta combinação de facilidade para o cliente final e redução de custo para o operador, durante a Lat.Bus 2022 apresentamos no stand da Empresa 1 o SPV 700, um terminal de venda compacto para venda de crédito com pagamento por PIX. Com interface simples e de fácil instalação o novo hardware amplia as possibilidades de venda em pontos físicos, que ainda são necessários. Este equipamento tem vantagens em relação aos ATM tradicionais, tanto em relação ao investimento no equipamento que é menor, como por oferecer uma alternativa de recarga sem depender de operação com dinheiro em espécie.
Technibus – Como lidar com as fraudes neste tipo de pagamento? Há uma incidência maior de fraudes ou mesmo de uso inadequado?
Marcionílio Sobrinho – O avanço da digitalização e a descentralização das transações exige cada vez mais investimento em segurança. Acompanhamos o tema de perto e sabemos que os bancos têm investido constantemente no incremento de segurança por traz das transações com PIX. No nível da nossa solução, existem mecanismos de verificação criados especificamente para evitar o pagamento ou o recebimento indevido de PIX.
Technibus – Quais os principais cases da Empresa 1 de sistemas de transporte que já disponibilizam o PIX como forma de pagamento? A aceitação dos passageiros tem sido positiva?
Marcionílio Sobrinho – Florianópolis passou por um processo de modernização amplo recentemente, migrando para a operação com validadores on-line e inserindo novos meios de pagamento, entre eles o PIX. O Consórcio Fênix, responsável pela operação do transporte urbano da cidade, passou a oferecer para a população o PIX como meio de pagamento, tanto para a recarga de cartões quanto para a compra de tickets QR Code digitais no aplicativo Si.Go e tem visto de perto o crescimento acelerado desta modalidade de pagamento. Além da capital catarinense, outras cidades de diferentes regiões do país já aderiram, entre elas Embu das Artes (SP), São José dos Pinhais (PR), Colatina e Linhares (ES), Macapá (AP).