A startup Embarca, especializada em desenvolver soluções para mobilidade em plataformas digitais, um dos maiores principais marketplaces de passagens de ônibus do Brasil reuniu 61% das companhias nacionais do segmento. Agora, com a retomada do transporte rodoviário no cenário pós-pandemia, a empresa informa que pretende crescer como uma plataforma, uma espécie de Uber do setor.
A startup está recebendo 15 novos ônibus, que correspondem a um aporte de R$ 17 milhões. Segundo a Embarca, quatro ônibus são da Neobus, modelo New Road, e seis são da Marcopolo, todos com chassis da Volvo. A empresa não divulgou os modelos e marcas dos outros cinco veículos. O investimento é proveniente de um grupo de empresas do setor, que incluem o Expresso Princesa dos Campos e Viação Esmeralda. Assim, a Embarca passa a fazer a gestão da operação de 26 ônibus.
A plataforma é responsável pela estratégia comercial e jornada do cliente — precificação, venda, marketing e logística — para as operadoras da área. “Criamos um sistema tecnológico para ajudar pequenas e médias empresas do segmento serem mais competitivas, gerando diminuição de custos e, principalmente, ampliação de vendas por meio da ajuda do nosso algoritmo de precificação”, destaca o CEO da empresa, Felipe Gulin.
Segundo Gulin, com essa estratégia de preços apoiada pela tecnologia, o usuário consegue ter economia de até 50% na compra de bilhetes com mais de 15 dias de antecedência. “A operadora ainda consegue reduzir a taxa de desocupação e eleva o faturamento geral da linha, além de aumentar a previsibilidade de sua receita. Registramos uma antecipação média de quase oito dias entre nossos parceiros, um adiantamento de compras superior à média de mercado”, revela o executivo.
Durante um ano, a Embarca consolidou o seu Produto Mínimo Viável — ou Minimum Viable Product (MVP) — com 11 veículos, de quatro operadoras diferentes. Com o novo aporte, a expectativa é de que a Embarca registre um volume bruto de mercadorias (GMV) de R$ 220 milhões em 2023.
A Embarca já captou duas rodadas de investimentos anteriormente, que somam o valor de R$ 28 milhões. Além da plataforma, a startup oferece também um marketplace para venda de passagens com a marca Embarca.ai, que reúne 166 empresas, o que representa 61% das operadoras do país, e mais de 100 mil usuários ativos cadastrados. Em 2021, quando foi criada, o GMV da Embarca foi de R$ 15 milhões e, para este ano, o valor deve chegar a R$ 54 milhões, segundo a empresa.
Aceleração digital–
Apesar da retomada, uma pesquisa do ministério da economia em 2020 mostra que as atividades de transporte de passageiros estiveram entre os cinco segmentos com maior prejuízo durante a pandemia de Covid-19, o que acelerou a necessidade de modernização e digitalização dos processos. Por outro lado, a crise no setor aéreo em função do aumento dos preços das passagens é mais um fator que contribui para aumentar a ocupação dos ônibus.
“O mundo todo foi transformado por algoritmos e inteligência artificial, um processo acelerado ainda mais pela pandemia. Isso já aconteceu em outros segmentos, como o dos táxis e motoboys. No setor logístico, não seria diferente. As empresas de ônibus são extremamente operacionais e isso não condiz mais com a necessidade dos passageiros, que vem procurando novas alternativas, como os aplicativos de caronas. Por conta disso, estamos investindo em trazer mais tecnologia para ajudar as empresas do setor a terem mais competitividade frente ao novo perfil dos novos consumidores”, diz Gulin.