Sonia Moraes
A BorgWarner prepara sua estrutura de produção no Brasil para avançar na eletrificação, principalmente no mercado de ônibus urbanos. Entre os vários componentes que tem em seu portfólio, as baterias, motores elétricos e inversores são os que darão maior oportunidade de a companhia avançar no mercado brasileiro, segundo Arnaldo Iezzi Jr, vice-presidente e gerente geral da BorgWarner PowerDrive Systems na Europa.
“Já temos um contrato mundial fechado com uma montadora no Brasil que vai produzir ônibus elétrico. Por isso, que a BorgWarner está trabalhando para a localização das baterias”, disse Iezzi.
O vice-presidente não revelou a quantidade de baterias encomendadas que irão equipar os ônibus urbanos elétricos da montadora no Brasil, mas informou que os produtos – os mesmos que equipam os veículos comerciais na Europa – já estão sendo entregues pela fábrica da BorgWarner na Alemanha.
Com o aumento da demanda, a BorgWarner pretende realizar a montagem das baterias na sua fábrica de Piracicaba, no interior de São Paulo. “Estamos fazendo os testes para o cliente que já temos contrato no Brasil”, disse Iezzi.
Segundo o executivo, a produção local das baterias está condicionada aos novos negócios que a BorgWarner pretende conquistar no mercado brasileiro. Ele calcula um período de três a quatro anos para atingir o volume que justifique a produção dos módulos no Brasil. “Inicialmente vamos importar os módulos e fazer a montagem e o sistema de gerenciamento no país”, destacou.
A BorgWarner acredita que no Brasil há grande potencial para crescer no mercado de veículos comerciais elétricos, que deverá avançar 400% nos próximos cinco anos, principalmente no segmento de ônibus, e a empresa pretende obter uma fatia deste mercado.
A meta da empresa para 2030 é que 45% da sua receita global seja proveniente de vendas de componentes e sistemas para veículos elétricos, ficando os 55% restantes de produtos para veículos a combustão.
Iezzi revelou que em 2022 a BorgWarner conseguiu uma receita global de US$ 2,9 bilhões com novos negócios em veículos elétricos, superando a meta inicial que era de atingir US$ 2,5 bilhões em 2025.
Com a aquisição da Akasol, que faz sistemas de baterias, da Santroll, que produz motores elétricos para veículos leves e da Rhombus, que faz estações de recarga, a BorgWarner garantiu US$ 800 milhões. “Estamos a US$ 1,2 bilhões para atingir nossa meta de US$ 2 bilhões de receita adicional até 2025 com as aquisições”, disse Iezzi.