Sonia Moraes
A indústria de autopeças iniciou 2022 com saldo negativo na balança comercial. O déficit em janeiro foi de US$ 1 bilhão e superou em 137% o resultado negativo de US$ 425,2 milhões registrado no primeiro mês de 2021. As exportações de US$ 469,5 milhões, embora tenham aumentado 5,1% em relação ao primeiro mês de 2021, foram superadas pelas importações, que avançaram 69,4%, passando de US$ 871,8 milhões em janeiro de 2021 para US$ 1,5 bilhão no mesmo mês deste ano.
Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), o alargamento do déficit comercial no setor de autopeças é uma tendência que deve se manter, ao menos, pelos próximos meses. “O estímulo gerado pela variação cambial nos últimos dois anos, em que a depreciação atingiu 36,2%, em média, não tem se mostrado suficiente para impulsionar as vendas ao exterior e assim compensar o frenético avanço das importações. Existem razões de momento e outras estruturais que explicam a situação observada”, esclarece o sindicato.
Do total de componentes importados de 114 países em janeiro de 2022, a China se destacou com US$ 303,1 milhões, 68,9% a mais que em janeiro de 2021, e a participação foi 20,5% nas compras totais das empresas, seguida pelos Estados Unidos, com US$ 166 milhões, 84% a mais que o mesmo mês do ano anterior e 11,2% de participação.
A Alemanha ficou com 11,1% de representatividade, com o total de US$ 164,4 milhões, 99,1% a mais que em janeiro de 2021. O Japão, que aparece em quarto lugar no ranking, teve 9,6% de participação, com US$ 141,1 milhões, 74,5% a mais que em janeiro de 2021, e a Coréia do Sul, quinto lugar, assegurou 6,1% de participação, com US$ 89,5 milhões, 84,1% maior do que em janeiro de 2021, segundo o Sindipeças.
Nas exportações destinadas a 145 mercados, os principais foram a Argentina, com US$ 145 milhões, 29% a mais que em janeiro de 2021, garantindo 30,9% de participação, seguida pelos Estados Unidos, com US$ 71,4 milhões, 8,1% a menos que em janeiro de 2021 e 15,2% de participação.
Na sequência, aparece o México, que absorveu US$ 46,9 milhões, 19,9% a abaixo do mesmo mês do ano passado, ficando com 10% do total, e a Alemanha, que teve 8,5% de participação, com US$ 39,7 milhões, aumento de 30,3% sobre janeiro de 2021. A Rússia aparece em 14º lugar nas exportações das empresas de autopeças, com US$ 6,2 milhões, 439% a mais que em janeiro de 2021, e com participação de 1,3%.