Technibus – Como a Marcopolo avalia o mercado de ônibus atualmente no Brasil e no exterior?
Ricardo Portolan – O mercado de ônibus segue sendo impactado pela pandemia com redução dos volumes de compra e postergação da tradicional renovação de frota. O setor depende de uma retomada mais forte e da maior circulação de pessoas e mobilidade. Isso deverá se dar com a ampliação das campanhas de vacinação, no Brasil e em diversos países do exterior. Somente assim as pessoas voltarão a utilizar de maneira mais intensa o transporte tanto urbano quanto rodoviário.
Technibus – Para 2022, qual a expectativa da empresa?
Ricardo Portolan – A expectativa é de que, com a ampliação da vacinação e a maior mobilidade das pessoas, o mercado brasileiro apresente um crescimento acima de 20% em relação a 2021. Além do segmento de fretamento e da esperada retomada para o segmento rodoviário, as entregas para o programa Caminho da Escola deverá elevar a produção nacional.
Technibus – E no exterior, qual a estimativa para os negócios no exterior em 2022?
Ricardo Portolan – A perspectiva para as exportações também é positiva, pois o avanço da vacinação e a abertura de diversos mercados deverá permitir a retomada mais forte dos negócios. Ainda não temos uma previsão, mas acreditamos em uma retomada gradual do mercado e volumes vendidos próximos aos de 2019.
Technibus – Qual modelo a empresa espera maior demanda neste momento de retomada do mercado de ônibus no Brasil e no exterior?
Ricardo Portolan – A expectativa é de maiores volumes de modelos rodoviários, inclusive dos novos veículos da Geração 8, recentemente lançada e cuja produção já está toda vendida para o último trimestre de 2021.
Technibus – Qual mercado a empresa acredita que terá reação mais rápida nesta retomada?
Ricardo Portolan – Os segmentos que retomarão mais rapidamente serão o de escolares, com as vendas para o programa Caminho da Escola, além dos de fretamento e rodoviários.
Technibus – O que poderá contribuir para a retomada do crescimento deste setor?
Ricardo Portolan – A vacinação, aumento de confiança, abertura de fronteiras terrestres entre os países, retomada do turismo nacional e internacional.
Technibus – No exterior, como foi desempenho da Marcopolo em 2021?
Ricardo Portolan – Mesmo diante do cenário adverso provocado pela pandemia, no primeiro semestre deste ano, a produção da Marcopolo direcionada para exportações foi superior ao mesmo período do ano anterior. Nas unidades localizadas fora do Brasil, a produção cresceu significativamente contra uma base mais fraca de 2020, quando parte das operações se encontravam com as atividades suspensas em função da pandemia. Países mais avançados na vacinação, como o Chile, mostram recuperação de volumes, ao mesmo tempo que mercados importantes, como Peru e América Central, avançam mais lentamente. O continente africano segue como um mercado importante para a companhia, com volumes expressivos previstos para o último trimestre de 2021.