Technibus – Que balanço o senhor faz desses 75 anos de história da marca Busscar?
Paulo Corso – A Busscar é uma grande marca, por isso mereceu esse grande recomeço, a partir da aquisição da empresa por um novo grupo gestor. Foi mantido o DNA da Busscar, baseado na excelência em qualidade, robustez, apreço com clientes. Somamos esses atributos ao know-how da nova gestão, que possui outras empresas voltadas ao segmento de mobilidade, resultando em um novo portfólio de produtos que atende às necessidades de nossos clientes e do mercado com eficiência e excelente custo-benefício.
Technibus – Desde a aquisição pelo Grupo Caio em 2017, a Busscar vem registrando bom desempenho no mercado brasileiro. A que o senhor atribui o resultado positivo da empresa no Brasil e no mercado externo?
Paulo Corso – O retorno efetivo ao mercado aconteceu em junho de 2018, com o lançamento de um novo portfólio de produtos, resultado de investimentos na atualização de processos e estruturas. A Busscar faz parte do Grupo Caio e chegou para completar o leque de produtos oferecidos pelo time de representantes, possibilitando aos nossos clientes produtos com qualidade e tecnologia no segmento rodoviário. Ultrapassamos mil carrocerias produzidas e compartilhamos essa conquista com todo nosso time de colaboradores, clientes que sempre acreditaram na retomada da empresa.
Technibus – Qual modelo tem se destacado nas vendas da marca no Brasil e no exterior?
Paulo Corso – Na pandemia, o modelo que vendeu mais foi o El Buss 320, que é um ônibus para fretamento e linhas pequenas. Logo após o lançamento do EB FT para fretamento, tivemos grandes vendas deste veículo. Isso mostra que, se nós não tivéssemos carrocerias para chassis de motor dianteiro, que temos desde 2020, enfrentaríamos uma crise maior na pandemia. No exterior, os modelos mais vendidos são Vissta Buss DD e Vissta Buss 340, que são veículos de valores agregados.
Technibus – O que a empresa está fazendo para manter essa trajetória de crescimento?
Paulo Corso – Investindo em processos para que, com a demanda, a empresa cresça gradualmente.
Technibus – Como está o ritmo de produção da fábrica de Joinville (SC) e quantos funcionários trabalham?
Paulo Corso – Atualmente, a Busscar está produzindo em um turno cerca de quatro veículos por dia com aproximadamente 1,2 mil colaboradores. A fábrica tem capacidade de aproximadamente 17 ônibus.
Technibus – A falta de semicondutores tem atrapalhado a montagem dos ônibus?
Paulo Corso – A falta de materiais atrapalha sim, mas estamos conseguindo contornar.
Technibus – Como estão os pedidos de ônibus rodoviários?
Paulo Corso – Estamos com pedidos até o fim de 2021.
Technibus – A demanda pelos modelos está de acordo com o planejado pela Busscar, ou já superou as expectativas?
Paulo Corso – Estamos caminhando dentro do nosso planejado, claro que a pandemia atrapalhou bastante.
Technibus – A Busscar espera crescer quanto em 2021? Quantos ônibus devem ser produzidos neste ano?
Paulo Corso – O ano de 2021 tem sido bom, e estamos otimistas porque nossa programação está quase com o ano fechado. Devemos ter uma produção entre 600 e 700 veículos aproximadamente. No ano passado foram cerca de 400 a 500 unidades.
Technibus – Até o fim de agosto, quantos ônibus já foram fabricados?
Paulo Corso – Fabricamos em torno de 400 unidades, entre eles, o El Buss 320, El Buss FT, Vista Buss DD e Vista Buss 340.
Technibus – O que a empresa destaca de relevante em 2021, mesmo com as incertezas causadas pela pandemia?
Paulo Corso – Em 2021, vendemos bastante para grandes grupos, entre os quais, o Grupo JCA, com quase 300 unidades. E foram muito importantes estas vendas, pois elas dão volume e o volume dá sustentação de planejamento de produção, mas também damos bastante importância às vendas para pequenos grupos porque pulveriza o produto no mercado e o faz presente em todas as partes. Além disso, tivemos o lançamento do El Buss FT, que deu uma aquecida no mercado durante a pandemia, por causa das novas exigências de distanciamento físico entre os trabalhadores das empresas que contratam as companhias de ônibus fretados. Estamos com outros grupos importantes em nossa carteira agora, como Constantino, Princesa dos Campos, Gontijo, Turin, SV, Vale do Amazonas, Boa Esperança, Grupo Jacob Barata, entre outros.
Technibus – Depois de enfrentar o período difícil com a pandemia da Covid-19, como está este momento de retomada do setor de ônibus?
Paulo Corso – Ainda estamos com a pandemia, mas em 2022 devemos começar uma boa retomada. O setor vai se estabilizar em 2023 e 2024.
Technibus – Qual será o crescimento esperado para 2022?
Paulo Corso – Estamos com uma expectativa de melhora para o ano de 2022 e estimamos crescimento por volta de 10% a 15%.
Technibus – De toda a produção de ônibus em Joinville, quantos são destinados ao mercado externo e quais países estão comprando mais ônibus da Busscar?
Paulo Corso – O país que mais tem recebido os modelos da marca é o Chile, mas também houve embarques para Equador, Guatemala, Uruguai, Paraguai e para o continente africano. Estas exportações representam para nós em torno de 20% da nossa produção.
Technibus – A Busscar espera fechar 2021 com quantos ônibus exportados? Até agora já exportou quantos ônibus? Para quais mercados?
Paulo Corso – Esperamos exportar em 2021 mais ou menos 150 ônibus. O mercado maior é o Chile.
Technibus – A empresa já tem alguma novidade para o mercado de rodoviários para este ano?
Paulo Corso – Não, a novidade deste ano foi o El Buss FT.