Technibus – Como tem sido o ano de 2021 para a Marcopolo?
Ricardo Portolan – A pandemia e as restrições de distanciamento e viagens seguem impactando o transporte rodoviário e a indústria de ônibus brasileira. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus), nos cinco primeiros meses deste ano, a produção caiu 4,8% em relação ao mesmo período de 2020, sendo que no ano passado, houve paralização que quase um mês na produção de carrocerias. O segmento de rodoviários que caiu quase 30% no ano passado, segue neste ritmo bem inferior ao histórico e a expectativa é que no último trimestre tenha início a retomada nas vendas.
Technibus – Que modelos têm se destacado no mercado brasileiro?
Ricardo Portolan – Os modelos mais comercializados são os para o segmento de fretamento, como o Viaggio e o micro-ônibus Senior. No segmento de rodoviários, o Paradiso 1200.
Technibus – Quais segmentos estão mais aquecidos?
Ricardo Portolan – Os segmentos com maior demanda são os de fretamento e de escolares, muito em razão do fornecimento de veículos para os municípios, referente à licitação do início de 2020.
Technibus – O programa Caminho na Escola deve continuar relevante para os fabricantes de ônibus?
Ricardo Portolan – Como mencionado, o programa Caminho da Escola colaborou muito para manter a produção brasileira de ônibus no segundo semestre do ano passado e no primeiro semestre deste ano. Mas a produção e entrega dos volumes referentes à licitação do ano passado devem encerrar no mês de agosto.
Estamos aguardando a definição da nova licitação que, se for concretizada, poderá contribuir para a manutenção da produção da indústria brasileira neste segundo semestre, mas provavelmente apenas a partir do último trimestre.
Technibus – O senhor acredita que haverá recuperação do transporte público ainda em 2021?
Ricardo Portolan – O segmento de urbanos foi e continua sendo o mais afetado em 2021, com queda, entre janeiro e maio, de 43% na produção em relação ao volume do mesmo período do ano passado. O transporte urbano deverá levar mais tempo para retomar, o que dificilmente evitará que 2021 seja de retração significativa. A retomada deverá se dar somente em 2022.
Technibus – Em termos de exportação, quais mercados têm registrado maior demanda e por quais modelos?
Ricardo Portolan – As exportações estão em ritmo inferior ao tradicional. Mesmo assim, temos conseguido fornecer nossos ônibus para os mercados dos países da América do Sul e África, principalmente.
Technibus – No que se refere à inovação, quais os destaques da Marcopolo nos últimos anos? Como a empresa tem colaborado para modernizar e aprimorar o setor?
Ricardo Portolan – A Marcopolo tem se destacado como líder em inovação no mercado. O principal destaque foi o lançamento, no ano passado, da plataforma Marcopolo BioSafe que colaborou fortemente para a retomada do transporte e a segurança dos usuários. Ao longo dos últimos anos, a empresa tem apresentado diversas novidades, como o lançamento de novos modelos – Viaggio 800 e versões desenvolvidas para segmentos específicos – e a adoção de novos processos produtivos mais eficientes e com elevado padrão de qualidade, que têm contribuído para a evolução da indústria brasileira de ônibus, que se aproxima, cada vez mais dos conceitos e padrões automobilísticos.