Márcia Pinna Raspanti
Há muitos anos, a Caio estuda formas de tornar suas soluções de mobilidade adequadas para atender a uma necessidade cada vez mais presente: a de integrar de forma inteligente e estratégica pessoas aos seus destinos.
“É um desafio e um esforço conjunto tornar os veículos comerciais elétricos mais competitivos financeiramente e confiáveis em termos operacionais, quando comparados a modelos de ônibus movidos por outras fontes de propulsão. É um caminho que está sendo percorrido por diferentes setores da empresa, que se aliaram para produzir carrocerias adequadas a esse tipo de propulsão”, declara a Caio.
Segundo a encarroçadora, as equipes de trabalho também mantêm sinergia com outras empresas, “para que a marca Caio contribua de forma perene para a evolução do transporte com propulsão elétrica, beneficiando o ambiente e, consequentemente, nossa sociedade.”
São Paulo foi a primeira cidade brasileira a apostar na concepção de ônibus com propulsão elétrica em sua frota de transporte coletivo, e a Caio sempre esteve presente nessa trajetória. No início da década de 1960, a Caio lançou um protótipo de trólebus com unidades compradas pela Companhia de Transportes Urbanos (CTU), de Recife, e uma pela CTA de Araraquara. O famoso modelo de ônibus urbano Caio Amélia articulado também foi produzido na versão trólebus para operar na CMTC de São Paulo, em 1985.
Em parceria com fabricantes de chassis e empresas de tecnologia em propulsão elétrica, a Caio participou ativamente de estudos que resultaram em protótipos de ônibus movidos a energia limpa.
Aliada à Eletra, a marca Caio produz ônibus utilizados em sistema trólebus. Com tecnologia nacional, os trólebus são movimentados por um motor elétrico alimentado por uma rede aérea de distribuição. Possuem também baterias que garantem autonomia de até sete quilômetros, sem estarem conectados à rede elétrica, com zero emissão de gases poluentes no ambiente. Por meio do sistema de frenagem eletromecânica, os veículos regeneram a energia para acumular nas baterias. Todo o sistema tem gerenciamento eletrônico, incluindo a aceleração.
Outros projetos de mobilidade em conjunto com a empresa especializada em tecnologia de tração elétrica são: híbrido (motor a combustão + motor gerador/elétrico e baterias); E-Bus elétrico puro (baterias), além do Dual Bus em duas versões: híbrido + trólebus e híbrido + elétrico puro. O modelo utilizado em todos os projetos foi o urbano Millennium marca Caio, nas versões padrão, BRT, BRT articulado e superarticulado.
A Caio também realizou projetos em parceria com fabricantes de chassis em modelos híbrido paralelo e 100% elétrico puro (a bateria). Além de todos os trabalhos nacionais, projetos para o mercado externo também estão em desenvolvimento, segundo a empresa.
Na avaliação da Caio, o segmento de ônibus 100% elétrico passará a ter um crescimento mais expressivo a partir da evolução das estruturas das redes elétricas das grandes cidades, que irá permitir maior número de pontos de recarga. Além disso, estudos também estão evoluindo para que esses ônibus sejam mais competitivos financeiramente e confiáveis em termos operacionais, quando comparados a modelos de ônibus movidos por outras fontes de propulsão, no Brasil e em outros países.
A encarroçadora explica que a concepção de uma carroceria para um ônibus elétrico apresenta, além dos requisitos estruturais de acordo com a localização das baterias, parâmetros específicos de isolamento, cuidados e procedimentos particulares na montagem de determinados componentes dos chassis, adaptado às necessidades de cada montadora fornecedora dos chassis. Uma outra particularidade está relacionada ao peso das baterias, que requer um estudo da estrutura da carroceria.
Confira o Caderno Especial Avanços dos Ônibus Elétricos na América Latina do Mobilitas.