Sonia Moraes
O mercado de ônibus começa apresentar melhoras, depois do grande impacto causado pela pandemia da Covid -19. A produção de 1.654 chassis em maio, embora tenha recuado 11,6% em relação a abril, não interferiu no resultado dos cinco primeiros meses do ano, que fechou com crescimento de 14,7%, com 8.702 veículos, ante as 7.589 unidades fabricadas no mesmo período de 2020, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Do total de chassis de ônibus produzidos até maio, 7.780 unidades são de modelos urbanos, com um incremento de 30% na comparação com os cinco primeiros meses de 2020, quando foram montados 5.985 veículos.
De modelos rodoviários, foram fabricados 922 ônibus até maio, 42,5% a menos que nos cinco meses de 2020, cujo volume totalizou 1.604 unidades.
Nas vendas, o número do setor foi positivo em maio, com 1.607 veículos emplacados no mercado brasileiro, o que significa um crescimento de 36,9% sobre abril. “Esse é o melhor resultado desde dezembro de 2019, e houve uma boa média diária”, comentou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
No acumulado de janeiro a maio, as montadoras venderam 6.112 chassis de ônibus, 31,5% a mais que no mesmo período de 2020, quando foram emplacados 4.647 veículos. O que ajudou esse crescimento, segundo o presidente da Anfavea, foram os modelos escolares do programa Caminho da Escola, referentes às licitações do ano anterior, cujas entregas ocorreram no início deste ano. “Mas existe compra de ônibus urbanos acontecendo, além do segmento de fretamento que, embora tenha participação pequena em todo o setor, também ajudou no volume total”, disse Moraes.
Exportações –
Nas exportações, as montadoras também tiveram bom desempenho, com o embarque de 385 ônibus em maio que foi 21,1% superior a abril, e crescimento de 15,1% no acumulado de janeiro a maio, com 1.548 veículos vendidos no mercado internacional, ante os 1.345 exportados no mesmo período de 2020.
Do total exportado até maio, 1.025 unidades são ônibus urbanos, 26,1% a mais que nos cinco meses de 2020. E 523 unidades são de modelos rodoviários, 1,7% abaixo de janeiro e maio do ano passado.
O presidente da Anfavea afirmou que, diferentemente do mercado de caminhões, cuja previsão poderá ser revista para cima, no segmento de ônibus, embora tenha apresentando melhora nos resultados nos cinco meses do ano, ainda é cedo para rever as projeções para ano. “O setor ainda tem desafios para enfrentar, pois o sistema de transporte público ainda é um grande gargalo, além das linhas de financiamento para os operadores”, disse Moraes.
Ranking –
No ranking de janeiro a maio de 2021, a liderança ficou com a Mercedes-Benz, com venda de 2.249 ônibus, 10,8% a menos que no mesmo período de 2020 (2.521 unidades). O segundo lugar ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que vendeu 1.959 veículos, 88,2% a mais que no mesmo período do ano anterior (1.041 veículos). E o terceiro com a Agrale, que comercializou 1.043 veículos, 92,4% superior aos cinco meses de 2020 (542 chassis).
Na sequência, está posicionada a Iveco com 639 ônibus vendidos no país, com um aumento de 514,4% sobre o mesmo período de 2020 (104 unidades); a Volvo com a venda de 182 ônibus, 0,5% a menos; e a Scania com 26 veículos comercializados no país, o que corresponde a uma redução de 84,2% sobre janeiro a maio de 2020 (165 unidades).