Sonia Moraes
Mesmo com a melhora nos resultados de março, que registrou 1.180 veículos vendidos, 5,2% acima de fevereiro deste ano, o mercado de chassis de ônibus acumulou no primeiro trimestre queda de 9% nas vendas, com 3.331 ônibus emplacados no país, quando comparado aos 3.661 veículos vendidos no mesmo período de 2020, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
“Esse número de vendas mostra que o setor continua afetado pela pandemia da Covid-19”, comentou Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea, responsável por veículos pesados.
Bonini esclareceu que o programa Caminho da Escola manteve a representatividade no setor no primeiro trimestre deste ano, com 26% de participação nas vendas totais, que tiveram 33% dos volumes referentes a mini e micro-ônibus, 21% a urbanos, 8% a fretamento, 11% a rodoviários e 1% a modelos articulados. “Mas no próximo mês teremos emplacamento menor de ônibus escolares, o que poderá afetar ainda mais o resultado do setor.”
As exportações de ônibus foram positivas em março, com o embarque de 372 veículos, 67,6% a mais que em fevereiro (222 unidades). Mas no primeiro trimestre do ano as montadoras comercializaram 845 chassis de ônibus no exterior – 556 modelos urbanos e 289 rodoviários –, 16,3% a menos que igual período de 2020, que teve 1.009 veículos vendidos no exterior. Os principais mercado para as exportações de ônibus são Chile, Argentina, Peru, e África do Sul, com destaque para a Angola.
Na produção o resultado de março foi 35,3% superior a fevereiro com 2.150 veículos (2.002 urbanos e 148 rodoviários). Mas no trimestre, o setor acumulou queda 13,4%, com 5.176 veículos montados (4.779 urbanos e 397 rodoviários), enquanto no primeiro trimestre de 2020 foram fabricados 5.974 ônibus.
Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, considerou bom o resultado total da indústria automobilística no primeiro trimestre de 2021 que, com muito esforço, chegou a quase 600 mil veículos produzidos, 2% a mais que no mesmo período de 2020, ao levar em conta o cenário atual do país. Mas não descartou a preocupação com o agravamento da pandemia e a falta de insumos que poderá afetar a produção de veículos.
Moraes esclareceu que das 14 montadoras que tiveram parada total e parcial das suas fábricas em 31 de março boa parte já voltou e na semana que vem a produção estará normalizada. “As empresas aproveitaram a antecipação dos feriados decididos pelas cidades para ajustar a produção, devido a falta de componentes, além de contribuir para a diminuição da circulação das pessoas”, disse o presidente da Anfavea.
Moraes alertou sobre os desafios que serão enfrentados nos próximos meses por causa da falta de componentes, situação que está afetando as montadoras em todo o mundo. “Tivemos interrupção de fábricas no Japão, na Europa e nos Estados Unidos e há risco de parada de produção aqui também por causa da falta de semicondutores”, disse Moraes.