Estimativas da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) apontam que os sistemas metroferroviários brasileiros acumulam um déficit de receita tarifária da ordem de R$ 2,6 bilhões de meados de março a junho, devido à pandemia causada pela Covid-19.
Em março, somente na segunda quinzena do mês, a redução de receita foi de R$ 500 milhões, enquanto em abril o déficit registrado foi de R$ 1,1 bilhão e em maio em torno de R$ 1 bilhão. Desde o decreto da pandemia, anunciado há 80 dias, a demanda de passageiros nos sistemas sobre trilhos oscila em torno de 30%, em relação ao número de passageiros normalmente transportados pelos sistemas.
“O setor metroferroviário entende que a situação é uma questão de saúde pública e que há necessidade do isolamento social para prevenção da contaminação, mas há a preocupação em relação ao equilíbrio econômico-financeiro do orçamento público e das Parcerias Público-Privadas. O transporte é um serviço essencial para a população, e os operadores necessitam de um suporte governamental para que não haja comprometimento do atendimento à população que precisa se deslocar, ainda mais com a retomada gradual das atividades econômicas nas cidades”, enfatiza Joubert Flores, presidente do conselho da ANPTrilhos. A ANPTrilhos busca junto ao poder público a implementação de algumas medidas para a manutenção dos serviços, em virtude da pandemia. Entre as reivindicações estão: criação de uma linha de crédito para fazer frente ao capital de giro das empresas do setor; aprovação dos projetos de investimento; redução dos encargos setoriais; isenção de ICMS sobre energia elétrica para o setor; adiamento no pagamento de tributos federais e redução de custos previdenciários.