Para o país caribenho a empresa enviou quatro unidades do modelo OF-1730 com carroceria Mascarello, que serão utilizados para fretamento
A Mercedes-Benz, que lidera o mercado de ônibus no Brasil, continua buscando alternativas no exterior para compensar os baixos volumes de embarques para a Argentina, que há anos é o principal destino das exportações brasileiras de ônibus.
A novidade da Mercedes-Benz é o recente contrato de exportação de ônibus fechado com o Haiti, após 40 anos. Para o mercado haitiano, a empresa enviou em agosto quatro unidades do ônibus OF-1730 com carroceria Mascarello. Os veículos foram adquiridos pela Dieu Qui Decide, empresa que presta serviço de fretamento naquele país e serão utilizados para o transporte de empregados de uma indústria.
“Para a Mercedes-Benz, retomar as negociações com o Haiti após um longo período de 40 anos tem grande representatividade e é uma satisfação fornecer ônibus da nossa marca para ampliar a frota desse cliente e fazer parte deste marco na história do país no transporte de passageiros”, afirma Marcio Querichelli, diretor geral do Regional Center Daimler Latina Caminhões e Ônibus, responsável pelas operações de exportação em toda a América Latina.
Em 2018, a empresa exportou 5.341 ônibus, 15% a menos que em 2017, cujo total atingiu 6.329 unidades. De janeiro a agosto de 2019, as vendas de chassis no mercado internacional totalizaram 2.463 unidades, 30% abaixo dos 3.523 veículos exportados no mesmo período do ano anterior. “Com esses resultados, podemos antecipar que os nossos volumes de exportações de ônibus em 2019 serão bem abaixo dos registrados em 2017 e 2018”, afirma Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO América Latina.
Diante deste cenário de vendas externas enfraquecidas, a Mercedes-Benz tem buscado participar dos principais negócios de exportação. Schiemer cita como exemplo a venda recente de 500 ônibus urbanos para as empresas operadoras do sistema BRT (Bus Rapid Transit) de Transantiago, corredor de ônibus da capital do Chile, que atualmente é o segundo maior destino no mercado externo dos ônibus produzidos pela empresa no Brasil.
No Chile, 400 modelos O 500 U e 100 do articulado O 500 UA, todos na versão com entrada baixa – incluindo 150 ônibus com carroceria Caio – foram adquiridos pela Buses Vule e o restante, com carroceria Marcopolo, foi comprado pela operadoras Metbus, STP Santiago e Redbus Urbano.
A montadora também participa do programa de licitação de Santo Domingo, capital da República Dominicana, com a entrega de 130 ônibus ao sistema de transporte da cidade, que tem programado a renovação de 200 veículos em 2019.
Em Santo Domingo, dos 130 ônibus entregues, 100 são do modelo urbano OF-1723. Os outros 30 veículos são superarticulados O 500 MDA de 23 metros, com capacidade para transportar até 200 passageiros.
Estes veículos passam a circular pela primeira vez no transporte coletivo do país caribenho.
Na cidade de Santo Domingo os ônibus foram adquiridos pela Oficina Metropolitana de Serviços de Autobuses (Omsa), responsável por operar o sistema de transporte na capital da República Dominicana. Cliente tradicional da marca desde 1981, a empresa conta atualmente com uma frota de 580 ônibus, dos quais 430 são modelos Mercedes-Benz. As negociações foram feitas pela Autozama, representante local da marca.
“Temos buscado também participar de grandes negócios aqui no Brasil, como a venda de 1.600 ônibus para a cidade de São Paulo, 160 ônibus para renovação de frota na cidade de Curitiba e 170 ônibus para Salvador”, comenta Schiemer.
A Mercedes-Benz é a maior exportadora de ônibus do Brasil. A empresa exporta os seus veículos para cerca de 50 países da América Latina, África, Oriente Médio, Ásia e Oceania. Segundo Schiemer, o Chile e o Peru são países que mais estão comprando ônibus brasileiros atualmente.