Após o período de demonstração, a cidade de Fortaleza (CE), iniciou em setembro do ano passado a operação assistida dos carros elétricos compartilhados, projeto conhecido por Veículos Alternativos para a Mobilidade (Vamo).
Segundo a Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), o objetivo desta fase é dar total atenção e suporte aos usuários, além de monitorar o uso inicial e validar ou ajustar as características do sistema para a implantação das próximas estações.
Coordenado pela SCSP, por meio do Plano de Ações Imediatas de Transporte e Trânsito de Fortaleza (Paitt), o projeto de carros elétricos compartilhados oferece alternativas para uma mobilidade mais sustentável com um novo modo de transporte. Nesta operação estão sendo utilizados oito carros 100% elétricos nos modelos Zhidou EEC L7e-80 e BYD e6. As cinco estações de abastecimento estão instaladas nos bairros Montese, São Gerardo e Edson Queiroz, na Praça Luiza Távora e no Center Um.
Além da não emissão de poluentes e de não causar poluição sonora, o Vamo busca incentivar e consolidar o conceito de compartilhamento de veículos. Estudos de sistemas já consolidados em cidades da Europa, Ásia e dos Estados Unidos estimam que para cada carro em um sistema de compartilhamento, outros sete carros particulares deixam de circular nas ruas.
A iniciativa de compartilhar carros elétricos é uma das ações da Prefeitura de Fortaleza alinhadas ao plano de redução de carbono da ICLEI – Local Governments for Sustainability e às diretrizes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 21).
Até o final de janeiro deve ter início a última fase de implantação do Vamo. Com o projeto concluído, a previsão é de operar com 20 carros elétricos, sendo 15 Zhidou e cinco BYD, distribuídos em 12 estações de compartilhamento. “Por se tratar de um projeto-piloto e pioneiro no Brasil, é importante frisar que as locações das estações passarão por um período de monitoramento por seis meses, podendo haver realocação dessas localidades no intuito de melhorar o desempenho do sistema e o atendimento às demandas da população”, esclarece a SCSP.
A secretaria informa que o novo sistema Vamo não traz ônus nem receita financeira à Prefeitura de Fortaleza, sendo todo baseado nas receitas oriundas de patrocínio e dos usuários do sistema. A empresa Serttel, que venceu o processo de chamamento público, é a responsável por implantar, operar e dar manutenção ao sistema de carros elétricos compartilhados, e a Hapvida Saúde é a patrocinadora, que conta ainda com o apoio da Companhia Energética do Ceará (Coelce/Enel Brasil). A SCSP, por meio do Paitt, faz o planejamento, fiscalização e acompanhamento do sistema.
Para realizar o cadastro, os usuários devem fornecer endereço eletrônico (e-mail) no website do sistema: www.vamofortaleza.com. Em seguida enviar os dados pessoais, cópia da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e o comprovante de endereço. Verificadas as informações, a operadora entrará em contato para agendar hora, data e estação de desejo para a assinatura do termo de responsabilidade e para realizar test-drive acompanhado de um técnico.
Por meio do site e do aplicativo para smartphone, os usuários podem reservar qualquer carro elétrico disponível nas estações e têm até 15 minutos para retirar o veículo, das 5h às 23h59, podendo ser devolvido em até 24 horas.
Nos primeiros 30 minutos a tarifa cobrada pelo serviço é de R$ 20,00. Passado esse período, terá cobrança adicional: R$ 0,80 (entre meia hora e uma hora), R$ 0,60 (entre uma hora e duas horas), R$ 0,50 (entre duas horas e quatro horas) e R$ 0,40 (após quatro horas de uso).
No caso de uso mensal dos carros, a taxa de R$ 40,00 é integralmente revertida em crédito. Se o usuário possuir o Bilhete Único, terá um desconto de 25% nessa taxa. Dessa forma, ele manterá um crédito de uso de R$ 40,00, mas pagará somente R$ 30,00. Além deste benefício, os carros elétricos compartilhados podem estacionar nas vagas de zona azul gratuitamente.
Segundo a SCSP, o Vamo identificou 532 viagens realizadas e 281 usuários com cadastro ativo e 743 inativos. “A expectativa é que o projeto ofereça uma alternativa inovadora para o deslocamento em Fortaleza, promovendo também benefícios econômicos, sociais e ambientais. Além disso, espera-se que seja reduzida a participação dos transportes na emissão de gases de efeito estufa, assim como a poluição sonora, em benefício do meio ambiente”, destaca a secretaria.
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