A Caio Induscar mantém suas exportações de ônibus rodoviários para os Estados Unidos e entre janeiro e agosto deste ano enviou mais 20 veículos para o mercado americano
A Caio Induscar pode se orgulhar da proeza de ter conseguido um feito cobiçado por muitos, mas realizado por poucas indústrias brasileiras: exportar para os Estados Unidos, um mercado extremamente exigente, com normas de segurança bastante rígidas e cercado de restrições.
A encarroçadora paulista iniciou seus primeiros negócios com aquele país em 2008, quando enviou para lá o primeiro protótipo para apresentação local. Desde então, exportou cerca de 150 unidades para o mercado americano. Somente neste ano, de janeiro a agosto, foram comercializadas 20 unidades. A Caio não revela os nomes dos operadores americanos que compram seus ônibus.
Os chassis desses veículos são da Freightliner, uma das empresas líderes do mercado dos Estados Unidos, pertencente ao grupo Daimler AG. Entre os modelos da Caio preferidos pelos operadores americanos estão o S3645 e o S3436. “Estes modelos agradam ao mercado americano por sua capacidade de transporte, entre outros diferenciais. São veículos que correspondem ao nosso rodoviário nacional, o Solar. Foi por este segmento que optamos para iniciar a nossa atuação nos Estados Unidos”, relata Maurício Lourenço da Cunha, diretor industrial da Caio Induscar. Segundo Cunha, a representação da empresa nos Estados Unidos está periodicamente encomendando novos lotes para aquele país. “É um mercado muito exigente e peculiar. Para conquistarmos esse mercado, mantemos nossos padrões de qualidade, item fundamental para todos os produtos Caio, nos ajustamos às normas americanas e trabalhamos com um representante forte”, afirma o executivo.
De acordo com Cunha, além das normas de segurança extremamente rígidas, as maiores diferenças, para a empresa, entre os mercados americano e brasileiro é que lá os principais clientes da Caio são empresas de turismo e entidades filantrópicas, enquanto no Brasil os principais clientes são as empresas de transporte regular, de fretamento e de turismo.
O executivo destaca que os modelos para exportação são adaptados pela Caio às exigências de cada mercado. No caso dos Estados Unidos, os ônibus apresentam opcionais como sistema elétrico e USB (para carregar computador e celular) em cada dupla de poltronas, toalete, assento guia e monitores de DVD. São equipados com sistema de ar-condicionado, calefação e os assentos têm cinto retrátil de três pontos. Os veículos saem configurados com características necessárias à acessibilidade para cadeirantes e demais acessórios de segurança requeridos pelas rígidas normas americanas.
Os ônibus vão para os Estados Unidos por via marítima, utilizando navios Ro-Ro (Roll-on Roll-off), embarcações em que a carga entra e sai dos porões na horizontal ou quase horizontal, geralmente sobre rodas (como os automóveis, ônibus e caminhões) ou sobre outros veículos.
Os principais países para os quais a Caio exportou em 2015, além dos Estados Unidos, foram o Chile, a Costa Rica e o Paraguai. Mas a empresa vende também para os mercados da África do Sul, Angola, Equador, Jordânia, Líbano, Nigéria, Peru, República Dominicana, Taiti, Trinidad e Tobago, Uruguai e México. Os modelos da Caio mais vendidos para o exterior são o Mondego, o Foz 2400, o Apache Vip e os rodoviários 3400 e 3600.