Gustavo Oliveira*
Como grandes cidades em todo o mundo, São Paulo e Rio de Janeiro enfrentam o desafio de lidar com o tráfego pesado e a poluição provocada por ele. São Paulo é famosa por seus engarrafamentos, como o de uma sexta-feira, em maio de 2014, hora do rush, em que o trânsito ficou parado por cerca 344 quilômetros.
O congestionamento no trânsito provoca enorme stress nos responsáveis pelo planejamento da cidade e nos motoristas, além de gerar um tremendo impacto sobre o bem-estar econômico do Brasil. Um estudo recente, realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) constatou que o congestionamento do tráfego custou às cidades do Rio de Janeiro e São Paulo cerca de US$ 98 milhões só em 2013. Isso equivale a cerca de 8% do Produto Interno Bruto de cada cidade e 2% de todo o PIB do Brasil, de acordo com a federação.
Não é à toa que as maiores cidades do Brasil estão buscando várias estratégias para melhorar a infraestrutura de transporte público e assim retirar veículos particulares das ruas. Dentre as ações de melhoria, está o acréscimo de novas frotas de ônibus nas linhas.
A produção de mais ônibus e a disponibilização de novas rotas para os passageiros é um bom primeiro passo no sentido de tornar o ônibus uma opção mais viável para substituir os carros. Mas, igualmente importante para o sucesso desta iniciativa é a necessidade de melhorar o conforto dos passageiros e superar a reputação dos ônibus de linha como “saunas sobre rodas”.
A maneira mais fácil e econômica para que as concessionárias de serviço de transporte público possam melhorar o conforto e atrair novos passageiros é ter certeza de que seus veículos estão equipados com sistemas eficientes, confiáveis e bem conservados de ar-condicionado. Apesar do clima tropical do Brasil, apenas cerca de 5% de ônibus de linha do país são climatizados. Um projeto atual tem como objetivo aumentar a taxa de ônibus com ar-condicionado para cerca de 30% até 2020, o que é um passo na direção certa.
A Thermo King, líder mundial em transporte de refrigeração e uma marca da Ingersoll Rand, tem provado que a instalação de sistemas de ar-condicionado em veículos novos fornece um sólido retorno sobre o investimento, aumentando o conforto dos passageiros, a saúde e a satisfação.
Passageiros preferem andar em um ônibus onde a temperatura e a umidade são controladas e a qualidade do ar é boa, já que o ar circulado é filtrado e as janelas podem ser mantidas fechados. Operadores de transporte se beneficiam desse movimento porque o fluxo de passageiros aumenta e os usuários podem até estar dispostos a pagar uma tarifa mais alta para andar no conforto do ar-condicionado.
A implementação de ar-condicionado em 2012, no Sistema Transoeste BRT (Bus Rapid Transit) do Rio de Janeiro é um ótimo exemplo de como o uso de ar-condicionado pode afetar o número de passageiros: mais que o dobro do número previsto de pessoas mudou do transporte individual para o sistema de ônibus.
Um estudo recente feito pela Prefeitura de São Paulo encontrou um diferencial de temperatura de 12 graus entre ônibus urbanos com e sem ar-condicionado. Enquanto a temperatura em ônibus com ar-condicionado foi mantida em cerca de 26° C, a temperatura em veículos não-climatizados subiu até 38,8° C durante um trajeto no horário da tarde.
Em janeiro, o governo municipal tornou obrigatória, a partir do próximo ciclo de licitação, a instalação de sistemas de ar-condicionado em ônibus. A reação de passageiros já está sendo avaliada com a utilização de 60 ônibus urbanos de 23 metros equipados com ar-condicionado.
Os sistemas de ar-condicionado em ônibus de linha têm melhorado drasticamente nos últimos anos. Eles agora possuem compressores mais eficientes, controles mais precisos, maior confiabilidade e menor custo de operação. Os sistemas atuais também são significativamente mais eficientes do que os sistemas da geração anterior. São submetidos a testes robustos de vibração para assegurar que eles podem suportar os rigores da operação de partida/parada em qualquer ambiente de operação.
Além disso, os sistemas de ar-condicionado mais modernos são mais simples e fáceis de instalar e manter. A rotina de manutenção é basicamente limpeza e mudança períodica do filtro em intervalos programados e subsituição dos componentes de desgaste natural em datas previamente agendadas.
Ao passo que o Brasil e suas maiores cidades continuam a lidar com os problemas relacionados ao congestionamento do tráfego e à poluição do ar, fica evidente que a melhoria da infraestrutura de transporte de massa irá desempenhar um papel fundamental na solução para diminuir o trânsito e a poluição do ar. Para atrair novos passageiros, as concessionárias de serviço de transporte público precisam fornecer alternativas saudáveis e confortáveis para que as pessoas deixem de dirigir seus próprios carros – além de oferecer ônibus de linha modernos e equipados com sistemas de ar-condicionado confiáveis.
* Gustavo Oliveira é coordenador de produto para as operações da Thermo King na América Latina. Tem quase 20 anos de experiência no transporte de refrigeração e ar-condicionado, incluindo 15 anos na Thermo King em uma vasta gama de áreas como serviços, engenharia e vendas.