Ônibus são responsáveis por apenas 11,43% das emissões de CO² no transporte rodoviário

Inventário da CNT revela que modo rodoviário em geral responde por 92,89% das emissões de GEE, devido à sua predominância no Brasil

Marcia Pinna

O Inventário CNT de Emissões de Gases do Efeito Estufa do Setor de Transporte, realizado pela Ambipar, detalha o volume total de emissões de GEE por modal – rodoviário, ferroviário, aquaviário e aeroviário. Segundo o levantamento, o modo rodoviário é o maior responsável pelas emissões (92,89%), devido à sua predominância na matriz de transporte nacional, sendo responsável por 65% da movimentação de cargas e por mais de 90% da movimentação de passageiros.

O modo aeroviário aparece em segundo lugar, com 4,89% das emissões totais, considerando os voos domésticos do setor. Na sequência, o ferroviário contribui com 1,80% (ferrovias de cargas, trens urbanos e VLT), enquanto o aquaviário, que inclui a cabotagem marítima e fluvial, representa apenas 0,41%, sendo apontado pelo estudo como “a alternativa de menor impacto ambiental do setor.”

No transporte rodoviário, os caminhões emitem 36,63% dos poluentes. Em seguida, aparecem os automóveis (32,65%), os comerciais leves (15,94%) e as motocicletas (3,35%). Já os ônibus foram responsáveis por apenas11,43% do CO² emitido. O levantamento destaca ainda o importante papel estratégico do transporte coletivo por sua eficiência energética e menor emissão por passageiro, como uma das principais soluções para a descarbonização e o desenvolvimento de cidades mais sustentáveis.

Outro ponto levantado é que o transporte de cargas, sobretudo os caminhões pesados a diesel (34,2 milhões de tCO₂e) e os caminhões semipesados a diesel (20,1 milhões de tCO₂e), concentram parcela expressiva das emissões.

Os resultados do inventário mostram que a configuração do transporte rodoviário brasileiro, sustentado por combustíveis fósseis, permanece como um dos principais desafios para a transição energética do setor. Ao mesmo tempo, apontam para a relevância crescente dos biocombustíveis e das tecnologias de eletrificação como caminhos viáveis para a redução das emissões futuras.

Por segmento –

O inventário mostra que os ônibus urbanos a diesel concentram a maior parte das emissões de 15,6 milhões de tCO2 e, tanto de CO₂ quanto de CH₄ e N₂O, refletindo sua ampla frota circulante e o intenso uso diário no transporte coletivo das cidades. Na sequência, aparecem os micro-ônibus a diesel (2,8 milhões de tCO2 e), que, embora em menor escala, também contribuem de forma relevante para o total de emissões, principalmente pelo uso urbano e intermunicipal em rotas de média distância.

Já os ônibus rodoviários a diesel apresentam valores mais baixos de emissões em comparação com os urbanos, representados por 1,8 milhão de tCO2 e, o que pode estar associado ao perfil de operação, por exemplo, rotas mais longas e menos frequentes em relação ao transporte coletivo urbano e ao seu menor número de unidades.

Os ônibus eletrificados surgem como alternativa promissora pela não utilização de combustível e pela possibilidade de mitigar emissões, levando em consideração a vantagem da matriz energética brasileira, com expressiva participação de energias renováveis.

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