Em mensagem por videoconferência na abertura do Arena ANTP 2025 – 24º Congresso da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), ocorrida nesta terça-feira, 28 de outubro, no Transamerica Expocenter, na cidade de São Paulo, o presidente Ailton Brasiliense Pires abordou a trajetória da entidade desde 1977 e homenageou seu fundador, Plínio Assmann, falecido em 28 de maio deste ano.
Ressaltou que o evento tem como meta integrar os diferentes aspectos envolvidos na mobilidade urbana, como o transporte público e o trânsito, além do tema da tarifa zero, que tem conquistado espaço recentemente.
Pires enfatizou a necessidade de qualificação técnica e de uma gestão eficiente para que o transporte coletivo se constitua um serviço essencial de qualidade. Sublinhou que o foco do congresso da ANTP é o usuário, que deve ser o centro das políticas públicas de mobilidade.
O presidente reforçou o compromisso da ANTP com a segurança, eficiência e sustentabilidade do sistema de transporte. Também convocou gestores públicos, especialistas e o setor privado a atuarem juntos em prol de soluções inovadoras e inclusivas. E afirmou que o Arena ANTP busca fortalecer o debate técnico e político para garantir um transporte público digno e acessível a todos os brasileiros.
COMPROMISSO
O superintendente Luiz Carlos Mantovani Néspoli destacou a história do congresso da ANTP, iniciada em 1978 e, como fizera Ailton Brasiliense Pires, realçou o legado do fundador Plínio Assmann. Sublinhou o papel da ANTP na criação de políticas como o Vale-Transporte e a Política Nacional de Mobilidade Urbana, além da atuação durante a pandemia. E alertou para os desafios atuais — crise de demanda, financiamento e desigualdade urbana —, defendendo a união de governo, setor privado e sociedade para o enfrentamento dessas questões.
Abordou a importância da transição energética, digitalização e sustentabilidade e a necessidade de discutir tarifa zero com garantia de qualidade e financiamento adequado. Enfatizou o transporte público como direito social e instrumento de inclusão.
Destacou o avanço do projeto do marco legal do transporte público, em marcha na Câmara dos Deputados, e o papel ambiental da mobilidade na descarbonização. Reforçou a busca por uma mobilidade inclusiva e diversa, respeitando gênero, raça e equidade.
Informou que mais de 60 entidades participariam de 42 painéis programados para o congresso e que 41 marcas expuseram produtos e serviços ao lado das arenas de debate. Finalizou convidando os presentes a renovar o compromisso com um transporte público mais humano, eficiente e democrático.
INVESTIMENTOS
O vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, enfatizou investimentos no setor metroferroviário, a expansão de linhas de metrô e trens intercidades, e a transição energética com ônibus e balsas elétricas, reforçando a necessidade de cooperação entre governo e iniciativa privada para construir uma mobilidade mais sustentável e integrada.
O secretário nacional de mobilidade urbana do ministério das cidades mencionou os R$ 45 bilhões investidos pelo governo federal nos últimos três anos em infraestrutura, renovação de frotas e eletrificação, e destacou o Estudo e o Plano Nacional de Mobilidade Urbana para os próximos 30 anos, defendendo a sustentabilidade ambiental e a ampliação do aporte federal para custeio, base para discutir tarifa zero.
Celso Caldeira, secretário municipal de mobilidade e transporte da capital paulista, afirmou que o Programa de Metas da prefeitura de São Paulo prevê substituir 2.200 ônibus a diesel por veículos movidos a energia limpa até 2028.
O deputado federal Gilmar Tatto reforçou a tarifa zero como instrumento de equidade, lembrando que “transporte público é direito constitucional e precisa de financiamento estável. Sem custeio, não há cidadania sobre rodas.”
COLOCAÇÕES
O vice-ministro de Transportes do Paraguai, Emiliano Fernandes, que recentemente celebrou o convênio técnico com a ANTP, afirmou que “o transporte público é o sangue das cidades” e acrescentou: “Viemos aprender com o Brasil e construir juntos uma reforma do sistema de transporte que coloque o cidadão no centro”.
O presidente da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU), Edmundo Pinheiro, defendeu o transporte coletivo como eixo da mobilidade nacional, enquanto o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus), Ruben Bizi, ressaltou o papel da indústria nacional e a relevância da renovação para o emprego, eficiência e tarifa justa.
O presidente da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Joubert Flores, reforçou a necessidade de integração entre pneus e trilhos, lembrando que sem integração e sem subsídio, o transporte público não se sustenta. “É assim no mundo todo”, explicou.
“O passageiro não pode pagar sozinho a conta da eletrificação. O financiamento tem de ser inteligente e sustentável”, disse a diretora do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciana Costa, ao focalizar, entre outros temas, o financiamento da transição energética.
O presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana, Ogeny Maia, enfatizou o protagonismo municipal: “a vida acontece nas cidades — e nelas se concretiza o direito à mobilidade.”
E a diretora do Instituto Corrida Amiga, Silvia Stuchi, defendeu ações em favor da mobilidade ativa, assinalando que caminhar também é um ato político: “cuidar, caminhar e viver não podem ser atos de resistência, e sim direitos garantidos”.
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