TECHNIBUS – Como a Anfavea avalia o mercado de ônibus?
Gustavo Bonini – O mercado de ônibus está em linha com a nossa projeção. De janeiro a agosto, o crescimento de 14,4% foi relevante, com 15.736 veículos emplacados. Esse crescimento foi impulsionado pela necessidade de renovação das frotas de urbanos e pelo o Caminho da Escola, que também foi fundamental para o crescimento neste ano.
TECHNIBUS – Qual a estimativa de vendas para este ano?
Gustavo Bonini – Se nos últimos três meses houver um crescimento próximo do alcançado nos oito meses deste ano, o mercado de ônibus fechará 2025 com 25.300 veículos emplacados, crescimento de 12,8% sobre 2024. Será o maior resultado dos últimos dez anos e deve-se à retomada deste segmento, após enfrentar grande impacto durante a pandemia.
TECHNIBUS – Como será o resultado do mercado de urbanos?
Gustavo Bonini – O segmento de ônibus urbano, de maior representatividade no segmento, cresceu 13,1% de janeiro a agosto deste ano, com 6.579 veículos emplacados. Mesmo que tenha uma redução de aquisição até o fim do ano, já está num patamar de vendas superior a 2024 com quase 800 unidades a mais do que nos oito meses do ano passado, mostrando a recuperação do setor.
TECHNIBUS – E o segmento rodoviário?
Gustavo Bonini – O mercado rodoviário já mostrou um crescimento desde o início do ano, chegando a 17,3% de janeiro a agosto, com 2.208 veículos emplacados, 300 unidades a mais que em 2024. Não
enxergamos uma grande mudança para este setor até o fim do ano. Pode ser que tenha mais entregas, mas acredito que os números que temos já estejam refletindo no crescimento deste setor.
TECHNIBUS – O Caminho da Escola continuará impulsionando o mercado de ônibus até o fim do ano?
Gustavo Bonini – O Caminho da Escola foi fundamental para o crescimento do setor, com aumento de 51%, tendo 2.425 veículos emplacados de janeiro a agosto deste ano. A expectativa é que se dê continuidade à licitação, o que ajudará a manter os volumes.
TECHNIBUS – Qual a previsão para o fretamento?
Gustavo Bonini -Em todo o mercado de ônibus, o fretamento foi o único que caiu de janeiro a agosto. A queda de 4,2% não é tão expressiva, mas explica um pouco o desaquecimento deste setor.
TECHNIBUS – E a produção, como irá se comportar?
Gustavo Bonini – A projeção da Anfavea é que cresça 14,3%, chegando a 31.700 unidades. De janeiro a agosto, o volume de ônibus produzidos aumentou 11,7%, com 21.243 unidades.
TECHNIBUS – As exportações continuarão crescendo até o fim do ano?
Gustavo Bonini – As exportações cresceram muito nos últimos meses, superando as nossas projeções. Talvez nos próximos três meses a velocidade diminua, chegando ao que foi projetado pela Anfavea, o qual é de crescimento de 34,8% neste ano, somando 6.500 unidades, ante os 4.822 chassis exportados em 2024.
TECHNIBUS – É possível ter uma previsão para 2026?
Gustavo Bonini – Esse bom desempenho é o que estamos vendo para 2025. Estamos olhando para o médio prazo. Ainda não temos um cálculo de como será 2026. Não é segredo que a taxa de juros está alta e afetando muito o mercado de veículos pesados e estamos avaliando qual será o impacto no segmento de ônibus no médio prazo. Esse diagnóstico será feito no final do ano e começo do próximo ano.
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