O bom desempenho do mercado de ônibus de janeiro a agosto de 2025, com o aumento de 4,83% na produção, que atingiu 15.751 unidades, tem sido estimulado pelas exportações, que praticamente dobraram de um ano para outro, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus).
Para o exterior, as encarroçadoras enviaram 2.234 ônibus – 1.851 rodoviários, 254 urbanos, 115 micro-ônibus, 13 miniônibus e um modelo intermunicipal. Esse volume representou um avanço de 23,5% quando comparado com os 1.809 veículos exportados nos oito meses de 2024. Incluindo os 183 ônibus da Volare – 129 miniônibus, 51 urbanos, dois micro-ônibus e um modelo rodoviário – foram exportados 2.417 veículos de janeiro a agosto de 2025, segundo a Fabus.
“Esse crescimento das exportações deve-se à Argentina, que está puxando bastante os embarques de ônibus, mas temos também uma boa demanda do Peru e de modelos rodoviários para o Chile”, informou Ruben Bisi, presidente da Fabus, em entrevista exclusiva para a Technibus.
No mercado interno, o programa Caminho da Escola ainda tem uma tração importante em 2025, pois a última licitação está em vigor até o fim do ano. No segmento de urbanos, o aumento da produção deve continuar ativo nos próximos meses, segundo o presidente da Fabus.
Bisi ressaltou que a produção de ônibus continua bastante aquecida. “Temos de janeiro a agosto um superávit bom para chegar no final do ano no zero a zero ou com pequeno acréscimo de 3% a 5% em relação a 2024.” No ano passado, as encarroçadoras produziram 23.099 ônibus, e incluindo os 2.513 modelos da Volare, o volume chegou a 25.612 unidades.
“Vamos ver o que vai acontecer em 2025, pois já vemos um esfriamento da economia em vários setores porque a taxa de juros continua muito alta. A inflação está caindo, mas o objetivo de aumentar as taxas de juros e segurar a inflação está também arrefecendo muitos setores”, analisou o presidente da Fabus.
Outro fator que preocupa o segmento de ônibus, segundo o presidente da Fabus, é a tarifação dos Estados Unidos, que começa a causar desemprego no país. “Isso vai desativar um pouco a necessidade de reposição de ônibus para os fretamentos”, afirmou Bisi.
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