Frota de ônibus registra pequeno crescimento em 2024

O Sindipeças destaca que a frota total de ônibus variou de 391,9 mil em 2015 para 395,1 mil em 2024, indicando crescimento discreto de 0,8% ao longo da década

Sonia Moraes

A quantidade de ônibus em circulação nas cidades brasileiras atingiu 395.084 unidades em 2024, o que representa um pequeno aumento de 1,6% em relação aos 388.885 veículos de 2023, conforme mostra o relatório da frota circulante divulgado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).

Com menos de 400 mil veículos em circulação, o segmento de ônibus mostra uma frota reduzida quando comparada à extensão do território brasileiro, segundo o Sindipeças. Com este número, participa de menos de 1% na frota circulante do Brasil, que atingiu 48,08 milhões de veículos em 2024, aumento de 2,0% em relação aos 47,12 milhões de veículos em circulação no país em 2023.

O Sindipeças destaca que a frota total de ônibus variou de 391,9 mil em 2015 para 395,1 mil em 2024, indicando crescimento discreto de 0,8% ao longo da década. Entre 2017 e 2021, houve leve queda, mas a partir de 2022, a frota voltou a crescer gradualmente.

Em 2015, 19,0% dos ônibus tinham entre 11 e 15 anos e, em 2024, este índice aumentou para 34%. A idade entre 16 a 20 anos, que representava 12,3% da frota em 2015, aumentou para 19,4% em 2024. “O envelhecimento nesse segmento é resultado de que, em 2015, cerca de 81% da frota tinha até 15 anos, enquanto em 2024, essa proporção caiu para 75%”, explica o Sindipeças.

O sindicato que representa as fabricantes de autopeças ressalta que o aumento das faixas de 11 a 20 anos reflete a permanência prolongada dos veículos em operação, o que pode impactar a qualidade do transporte público e de viagens, criando atenção quanto à segurança e conforto dos passageiros. “Além de reforçar também nessa categoria, o aumento do custo de manutenção que afeta as empresas de transporte público, aumento na emissão de poluentes e impactando na qualidade do ar nas cidades, especialmente em grandes centros urbanos.”

Caminhões

A frota de caminhões atingiu 2,24 milhões de unidades em 2024, aumento de 2,8% sobre os 2,18 milhões de veículos em 2023, tendo 3,6% de participação no total da frota circulante no Brasil. O Sindipeças destaca que variados fatores explicam o crescimento mais forte da frota brasileira no último ano.

“A expansão da atividade econômica — crescimento de 3,4% do PIB —, com indicadores de emprego e renda evidenciando mercado de trabalho aquecido, além de maior oferta de crédito, sobretudo após aprovação do Marco de Garantias (Lei n.º 14.711/2023), estimulou a criação de ambiente favorável à aquisição de veículos novos. Isso ocorreu apesar da elevação dos juros e da maior volatilidade cambial no segundo semestre de 2024. Destaca-se, ainda, que a economia brasileira tem superado as projeções de mercado desde 2022.”

O sindicato ressalta que, para o segmento de caminhões, persiste a necessidade de se colocar em operação o Programa Renovar (Lei n.º 14.440/22) para que se possa reduzir a emissão de gases poluentes e aumentar a segurança nas estradas.

Distribuição da frota

Segundo o Sindipeças, 82% dos veículos em circulação se concentram em dez estados da Federação. Nas cinco primeiras posições estão os estados das regiões sudeste e sul, sendo 28,4% em São Paulo; 14,8% em Minas Gerais; 7,4% no Paraná; 6,6% no Rio de Janeiro e 6,2% no Rio Grande do Sul. Esse grupo (Top 5) compreendeu 63,4% da frota existente em 2024, com destaque para a posição de São Paulo e Minas Gerais.

Da sexta à décima posição, excetuando-se Santa Catarina, estão unidades da Federação localizadas nas regiões Nordeste e Centro-Oeste: Santa Catarina, 5,4% do total; Bahia, 3,9%; Goiás, 3,4%; Distrito Federal, 3,0%; Pernambuco, 2,8%. Em 2024, esse grupo representou 18,5% da frota total do país, percentual bem inferior ao levantado para os cinco principais Estados.

Habitantes por veículo

O Sindipeças mostra em seu levantamento que a relação de habitantes por veículo no Brasil apresentou decréscimo contínuo nos últimos dez anos. O indicador saiu de 4,8 habitantes por veículo em circulação, em 2015, para 4,4 em 2024. “O ritmo de crescimento populacional inferior à variação da quantidade de veículos presentes nas cidades brasileiras pode ser compreendido como uma das principais razões para esse fenômeno.”

Em termos mundiais, o Brasil encontra-se em posição intermediária na relação habitantes por veículo. Similar ao da China, o indicador brasileiro supera os mercados maduros (entre 1,2 e 2,0 habitantes por veículo) e dos países com desenvolvimento mediano (entre 2,5 e 3,5), mas expressivamente menor quando são destacadas a Índia (15,8), Indonésia (11,3) e África do Sul (5,7).

O Sindipeças destaca haver razoável espaço para crescimento da frota de veículos no país, pelo aumento da produção e vendas, desde que as condições oferecidas sejam favoráveis. “No entanto, esse avanço deve considerar desafios estruturais, como a concentração de veículos em determinadas regiões e as condições de mobilidade urbana, fatores que também influenciam o desenvolvimento sustentável do setor.”

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