RIO está preparada para um transporte mais sustentável

A empresa tem uma parceria com a Volvo na área de ESG, em que forneceu as suas primeiras peças para o ônibus elétricos, fabricadas a partir de materiais recicláveis

Marcia Pinna

Prestes a completar 80 anos no mercado, a RIO está entre as maiores fabricantes latino-americanas de componentes para motores de veículos pesados e leves, máquinas agrícolas, motocicletas, além de produtos voltados para o transporte ferroviário. Para a Automec 2025, a RIO exibe os balancins para linha pesada e eixos de comando com parafuso, ambos fabricados conforme o projeto original das montadoras. Os veículos pesados (para montadoras) correspondem a 24% de sua produção, sendo que os ônibus respondem por uma fatia de 9% a 11% deste montante.

A empresa participou do projeto do ônibus elétrico da Volvo no ano passado. “Temos uma parceria com a Volvo na área de ESG. Fornecemos peças (suportes estruturais de ferro e aço), feitas a partir de materiais recicláveis para os ônibus elétricos que circulam em Curitiba”, informa Gustavo Piovesan Correa, gerente-geral das áreas comerciais da RIO.

Na visão de Correa, a eletrificação das frotas não deve ter um impacto negativo no setor de autopeças. “De 78% a 80% dos componentes são os mesmos dos veículos a diesel. E essa transição para o elétrico será para o futuro. Neste momento, não considero que haverá um impacto relevante. A gente entende que o elétrico vai ter uma participação no mercado, mas não deve dominar totalmente”, diz.

A RIO está atenta ao tema da descarbonização e eletrificação, participando de eventos nacionais e internacionais. “Na Europa, ainda não existe a infraestrutura de abastecimento necessária para que a eletrificação aconteça na velocidade que era esperada inicialmente. No Brasil, também não existe, e há ainda questões de preço dos modelos elétricos. E a conta não fecha”, observa.

Para ele, os modelos elétricos representam uma fatia de mercado importante. “A eletrificação já é uma realidade, basta observar nas ruas. Mas notamos que as multinacionais atualmente estão investindo mais nos híbridos e no hidrogênio. A tendência é a personalização do produto. E em alguns anos, o cliente poderá escolher qual a tecnologia mais se adapta às suas necessidades”, avalia.

No segmento ferroviário, a RIO produz placas de apoio, ombreiras e até rodas de trens, que chegam a pesar 400 kg. Seus principais clientes neste setor são empresas como Metrô-SP, MRS, Vale e Rumo.

Mercado

A expectativa da RIO para este ano, segundo Correa, é atingir uma expansão de 16%, aumentando em R$ 55 milhões seu faturamento. Durante o ano de 2025, a companhia destinará 50% do lucro de 2024 para a aquisição de máquinas, equipamentos de alta tecnologia para fundição e usinagem. A empresa investe em processos e sistemas de gerenciamento para ampliar a área de logística, e também nas políticas ESG. O parque fabril fica localizado na cidade de Rio do Sul (SC), com 30.000 m² construídos e área total disponível de 1.000.000 m².

Atualmente, a companhia exporta para mais de 25 países, em todos os continentes e pretende ampliar sua presença no exterior. “Estamos sendo solicitados por mercados externos. A RIO está sendo vista como uma alternativa para esse momento desafiador do cenário internacional. Isso devido aos projetos que implementamos no Brasil”, afirma Correa.

A RIO conquistou seis prêmios junto a empresas como Cummins, MWM, John Deere e Maxion. “Essas premiações e as certificações que temos nos abrem portas no mercado internacional”, diz o gerente-geral das áreas comerciais. A meta da companhia é ampliar em 10% as vendas para o mercado externo em 2025 e chegar a 30% nos próximos cinco anos.

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