Ian Wilson, diretor de desenvolvimento de negócios da divisão de sistemas eletrônicos da BAE Systems: “O ritmo de eletrificação do transporte público no Brasil tem sido relativamente lento até agora – e pode continuar assim por mais algum tempo”

“A BAE Systems está empenhada em trabalhar com um parceiro no Brasil, para que possa enfrentar esse desafio com veículos de alto padrão técnico e comercialmente competitivos.”, afirma o executivo

TechnibusQuais são os planos da BAE Systems para o Brasil?

Ian Wilson – Nosso modelo de negócios é trabalhar com fabricantes de veículos e chassis para implementar nossos sistemas elétricos de transmissão totalmente integrados e permitir que eles ofereçam soluções inovadoras de ônibus eletrificados para o mercado. Esses podem ser movidos a bateria elétrica, célula de combustível de hidrogênio ou podem ser híbridos. Temos uma família cada vez maior de produtos mix-and-match que foram desenvolvidos nos últimos 25 anos, com mais de 15 mil sistemas de várias especificações entregues a fabricantes de ônibus em todo o mundo. É nossa intenção trabalhar com um dos principais fabricantes brasileiros de ônibus para criar veículos eletrificados para que possam competir efetivamente com as soluções de veículos inteiros importados que têm sido vistas em grande número em mercados fora do Brasil, como Chile e Colômbia.

Technibus – Em comparação a outros países da América Latina, como Colômbia e Chile, por exemplo, a eletrificação do transporte público no Brasil ainda segue em passos lentos. Como a empresa avalia o mercado brasileiro de ônibus elétricos?

Ian Wilson – O ritmo de eletrificação do transporte público no Brasil tem sido relativamente lento até agora – e pode continuar assim por mais algum tempo. Mas não acho que haja muita dúvida de que, eventualmente, muitas das grandes cidades procurarão eletrificar porções significativas de suas frotas de ônibus. Às vezes, vale a pena seguir em vez de liderar. Acho que não demorará muito até vermos algumas aquisições significativas, e acho fundamental para os fabricantes de ônibus locais que eles possam competir com fornecedores estrangeiros de soluções completas. A BAE Systems está empenhada em trabalhar com um parceiro no Brasil, para que possa enfrentar esse desafio com veículos de alto padrão técnico e comercialmente competitivos.

TechnibusA BAE Systems já implementou ou está em vias de implementar algum projeto na América Latina?

Ian Wilson – Ainda não, mas esperamos poder fazer um anúncio significativo ainda este ano. Estamos muito felizes com as discussões que temos tido até agora, e isso nos dá muito entusiasmo e otimismo para nossas perspectivas de longo prazo no mercado brasileiro de ônibus. Lembrando que temos grande presença na Europa e na América do Norte, nos Estados Unidos e Canadá.

Technibus – Quais os produtos e soluções que a empresa irá disponibilizar para o mercado brasileiro?

Ian Wilson – Oferecemos uma gama completa de soluções de transmissão elétrica para ônibus – variando de oito metros a 24 metros – incluindo bateria elétrica, célula de combustível de hidrogênio e híbrido elétrico. Acho que está claro que há muito interesse atualmente em soluções elétricas a bateria, e esta será nossa oferta inicial. Acreditamos firmemente, porém, que uma gama de soluções será necessária para atender às necessidades da incrível variedade de tipos de veículos e ambientes operacionais em todo o Brasil, portanto, a longo prazo, esperamos ver também demanda por híbridos elétricos e células a combustível de hidrogênio.

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